Vasco SAF: Leila Pereira Desmente Bap sobre Compra e Empréstimo Crefisa

O cenário do futebol brasileiro foi palco de mais um embate de palavras entre figuras proeminentes, colocando o Vasco da Gama no centro das atenções. Leila Pereira, presidente do Palmeiras, manifestou-se de forma contundente para refutar as alegações de Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, mandatário do Flamengo.

A controvérsia surgiu após Bap, durante uma sessão do Conselho Deliberativo de seu clube na última terça-feira (7), questionar a natureza de um empréstimo de R$ 80 milhões concedido pela Crefisa à SAF do Vasco . A operação financeira, de grande relevância para o Cruzmaltino, estabelece uma salvaguarda: a transferência de 10% das ações da SAF para a empresa credora, caso as condições do acordo não sejam integralmente cumpridas pelo time carioca.

Leila Pereira, ao ser confrontada com as insinuações de Bap, que sugeriam um interesse pessoal na aquisição do clube de São Januário, foi direta em sua resposta. A dirigente alviverde não apenas negou veementemente qualquer intenção de comprar o Vasco , mas também utilizou de ironia, mencionando a Netflix. A alusão remete a uma declaração anterior de Bap, quando, na presidência da operadora "Sky", ele afirmou ter a capacidade de adquirir a gigante do streaming no Brasil.

?Quanto à insinuação do presidente Bap sobre o boato de que eu estou comprando o Vasco, ele pode ficar tranquilo. Eu não estou comprando o Vasco. Aliás, não estou comprando nem o Vasco nem a Netflix?

O Empréstimo da Crefisa e as Implicações para a SAF do Vasco

A transação financeira que envolveu a Crefisa e a SAF do Vasco tornou-se o ponto focal da discussão. Bap havia manifestado sua preocupação com a situação, indicando que haveria uma motivação clara por trás do movimento. "Não tenho dúvida nenhuma de que existe uma agenda muito clara. A gente está falando desse problema da Libra e a empresa que ela preside emprestou dinheiro para a SAF do Vasco ?, declarou o dirigente do Flamengo na mesma terça-feira.

Os termos do empréstimo da Crefisa ao Vasco são cruciais para entender a dinâmica da discussão:

A presidente do Palmeiras, por sua vez, continuou a defender sua postura. Segundo Leila Pereira, sua "agenda clara" é inequivocamente voltada para a proteção dos interesses do Palmeiras, sem recorrer a estratégias que visem enfraquecer outros clubes. Ela enfatizou seu comprometimento com o desenvolvimento do futebol nacional e a honra dos acordos, incluindo aqueles firmados por gestões anteriores.

?O presidente Bap tem razão quando diz que eu tenho uma agenda muita clara. Afinal, todos sabem que defendo os interesses do Palmeiras sem tentar asfixiar os meus adversários, que eu trabalho arduamente pelo crescimento do futebol brasileiro e que honro todos os contratos assinados pelo clube, incluindo os das gestões anteriores?

A Tensão por Trás das Declarações: Palmeiras x Flamengo e a Libra

As farpas trocadas entre Leila Pereira e Bap refletem uma escalada de tensões que transcende o empréstimo do Vasco . O atrito entre Palmeiras e Flamengo intensificou-se desde que o clube rubro-negro obteve uma liminar judicial. Essa decisão resultou no bloqueio de um repasse de R$ 77 milhões destinado aos integrantes da Libra (Liga do Futebol Brasileiro), grupo que inclui o Palmeiras.

A compreensão do Palmeiras é que a manobra do Flamengo busca fragilizar os clubes da Libra. O objetivo, na visão alviverde, seria forçar uma renegociação dos critérios de divisão das receitas provenientes da audiência via pay-per-view, das quais os valores bloqueados fazem parte. Diversas agremiações que compõem o bloco, entre elas São Paulo, Santos, Atlético-MG e Grêmio, manifestaram publicamente sua desaprovação à conduta do clube carioca.

O Flamengo, por sua vez, argumenta que foi prejudicado pelas normas de distribuição dos recursos e pleiteia uma revisão do acordo estabelecido em 2024, que possui validade até 2029. O processo legal segue em andamento sob segredo de Justiça. Embora a liminar tenha sido inicialmente negada em primeira instância, o pedido foi acatado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.