Vasco: Elenco Atual, Contratações Pós-777 e Reconfiguração da SAF

Desde que assumiu o comando do setor de futebol do Vasco da Gama, em maio do ano passado, a atual diretoria, sob a liderança de Pedrinho, empreendeu uma significativa reestruturação financeira e esportiva. A necessidade de moderar os dispêndios tornou-se imperativa, refletindo uma nova abordagem na gestão da Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

Essa guinada estratégica se manifestou em duas janelas de transferências distintas, resultando na incorporação de quatorze novos nomes ao plantel cruzmaltino. No segundo semestre do ano passado, seis atletas foram integrados: Coutinho, Alex Teixeira, Souza, Maxime Domínguez, Jean David e Emerson Rodríguez. Desses, apenas o colombiano Emerson Rodríguez não permanece mais no elenco vascaíno.

Já na recente janela de verão de 2025, oito reforços adicionais foram anunciados, com um investimento total de 7,5 milhões de euros, equivalentes a aproximadamente R$ 45,6 milhões na cotação atual. É notável que os gastos se concentraram exclusivamente na aquisição de três nomes para o setor ofensivo, os últimos a serem confirmados: Garré, Nuno Moreira e Loide Augusto.

Os outros cinco atletas anunciados chegaram ao clube sem custos de transferência, garantindo vínculos definitivos: Tchê Tchê, Daniel Fuzato, Lucas Oliveira, Lucas Freitas e Maurício Lemos. Essa política de contratações demonstra uma cautela financeira e uma busca por oportunidades de mercado, alinhada à nova realidade orçamentária do clube.

A Nova Arquitetura do Elenco Vascaíno

A mudança de gestão na SAF do Vasco da Gama ocorreu em maio de 2024, quando uma decisão judicial suspendeu os poderes societários do grupo 777 Partners, entregando o controle da operação esportiva ao clube associativo. Essa transição marcou o fim de um período de dois anos, iniciado em fevereiro de 2022, que foi caracterizado por uma política de investimentos consideráveis em contratações.

A recente e oficializada rescisão de contrato com Dimitri Payet simboliza, de forma contundente, o encerramento dessa fase. Payet , um dos atletas com o maior salário no elenco e um dos nomes mais emblemáticos trazidos pela gestão americana, representa a magnitude dos investimentos realizados sob a égide da 777 Partners. Sua saída não é apenas uma movimentação de mercado, mas um marco na redefinição da estrutura salarial e da filosofia de montagem do plantel vascaíno.

O Legado da Gestão Anterior: Jogadores Remanescentes

Do total de trinta e oito reforços que foram incorporados ao Vasco durante o período de comando da 777 Partners, apenas quatorze ainda permanecem no elenco atual. Essa cifra evidencia uma significativa rotatividade e a necessidade de readequação do plantel após a alteração na administração. Recentemente, outro nome contratado na primeira janela de 2023, Manuel Capasso, também teve sua rescisão de contrato acertada, reforçando a tendência de renovação.

Dentro do grupo de jogadores remanescentes da era 777, quatro atletas possuem vínculo com o clube apenas até dezembro deste ano, sem que suas respectivas renovações contratuais tenham sido definidas até o momento. São eles: Léo Jardim, Jair, Puma Rodríguez e Paulinho. A situação desses jogadores adiciona um elemento de incerteza ao planejamento futuro do elenco , exigindo uma análise estratégica por parte da diretoria.

Análise Financeira e Esportiva das Aquisições

Abaixo, apresentamos a lista completa dos jogadores que ainda fazem parte do elenco vascaíno, originários das contratações realizadas durante a gestão da 777 Partners, com seus respectivos valores e responsáveis pelas aquisições:

Fonte: Gato Mestre

A trajetória recente do Vasco da Gama reflete uma fase de profunda transformação, marcada pela transição de um modelo de gestão com investimentos agressivos para uma abordagem mais pragmática e financeiramente contida. A saída de nomes como Payet e a permanência de um grupo seleto de atletas da era anterior, somadas às novas aquisições estratégicas, desenham um cenário de reconstrução e adaptação. O desafio da atual diretoria será equilibrar o legado herdado com a necessidade de construir um elenco competitivo e sustentável para os próximos ciclos, garantindo a solidez esportiva e financeira do Gigante da Colina.