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Vasco: Análise Profunda do Desempenho | Problemas Vão Além do Técnico | Copa do Brasil
Por Redação FutVasco em 02/05/2025 05:11
O confronto contra o Operário, em Ponta Grossa, válido pela Copa do Brasil, e as condições do gramado do Estádio Germano Krüger, somados ao calendário apertado do futebol nacional, não bastam como única justificativa para a atuação aquém do esperado do Vasco no empate por 1 a 1. No primeiro compromisso após a saída do técnico Fábio Carille, com a equipe sob a orientação temporária do diretor técnico Felipe, o Gigante da Colina apresentou uma de suas piores exibições em 2025, revelando dificuldades que ultrapassam o aspecto meramente técnico e tático.
É provável que a menor parcela de culpa pela performance apática recaia sobre o treinador interino, que teve um tempo extremamente limitado, apenas três sessões de treinamento, antes da partida no Paraná. As atuações individuais dos jogadores foram, em sua grande maioria, bastante insatisfatórias, com poucos atletas conseguindo se sobressair. Apenas o atacante Nuno Moreira conseguiu ser um ponto positivo na ocasião.
Análise Profunda: Problemas do Vasco vão Além do Técnico
O resultado de igualdade contra o Operário permite diversos diagnósticos. O desgaste físico do elenco, imerso em uma sequência de jogos demandante, e as condições ruins do campo certamente compõem o cenário da análise. Entretanto, é impossível abordar a partida sem considerar a pobre herança tática deixada pela passagem de Carille e a notória falta de alternativas consistentes no plantel vascaíno. O clube sofre com carências significativas mesmo após mais uma janela de contratações sob a gestão que envolve Pedrinho, Felipe e Marcelo Sant'anna. Torna-se evidente que o Vasco da Gama necessitará de ações mais abrangentes do que simplesmente a chegada de um novo comandante para alcançar um desempenho satisfatório ao longo da temporada.
Essa situação poderia ser parcialmente resolvida com substituições eficazes, mas o Vasco enfrenta uma grave carência de opções qualificadas em seu plantel. Atletas acionados do banco, como Loide Augusto e Alex Teixeira, não conseguiram replicar o nível apresentado (ainda que limitado) pelos titulares até o momento. Como consequência, a equipe invariavelmente sofre uma queda acentuada de rendimento nos momentos finais das partidas.
As Limitações do Elenco e o Desgaste Físico
O cansaço inerente a uma sequência de jogos extenuante e as condições precárias do gramado de fato contribuíram para o cenário. Contudo, as limitações técnicas e o desgaste físico se tornaram evidentes ao longo do jogo. Jogadores cruciais na construção ofensiva, como Nuno Moreira e Coutinho, frequentemente demonstram dificuldades em manter a intensidade por mais de 60 minutos, um problema recorrente na temporada, muitas vezes ligado a questões físicas.
Nos primeiros 20 minutos do embate contra o Operário, o Vasco até mostrou momentos aceitáveis. A estrutura tática inicial, mantida em grande parte por Felipe em relação ao esquema anterior, posicionava Hugo Moura como volante mais recuado, auxiliando na saída de bola. Jair e Coutinho atuavam na armação central, enquanto Nuno e Rayan buscavam associações pelo meio. Piton e Paulo Henrique se projetavam pelos flancos.
O Jogo Contra o Operário: Um Retrato das Dificuldades
As orientações pareciam claras: iniciar a construção desde a defesa e aplicar pressão alta no adversário. Apesar disso, alguns vícios da fase anterior persistiram, como a insistência em lançamentos longos para Vegetti e dificuldades na pressão à saída de bola do Operário. Mesmo assim, a equipe conseguiu criar. Em duas investidas pelo centro, o ataque se aproximou do gol. Na primeira, Rayan ficou cara a cara com o goleiro, mas finalizou em cima dele. Na segunda, Coutinho tentou um passe por cima para Vegetti , a bola sobrou na medida para Nuno Moreira executar uma finalização primorosa e inaugurar o marcador com um belo gol.
Após balançar as redes, a instrução do técnico interino era para que o Vasco mantivesse as linhas altas e seguisse no campo ofensivo. No entanto, a equipe não correspondeu à expectativa. O time permitiu que o Operário tomasse o controle do jogo, embora o adversário não tenha criado chances claras significativas na primeira etapa, exceto por uma jogada de Allano que resultou em um pênalti inicialmente marcado, mas anulado após revisão do VAR.
A etapa complementar foi inteiramente dominada pelo Operário. O Vasco aparentava exaustão, não conseguia reter a posse de bola nem oferecer perigo ao oponente. Com uma quantidade excessiva de erros técnicos, a equipe se desfazia da bola rapidamente e era constantemente pressionada, sofrendo ataques frequentes pelos lados de sua defesa. O próprio técnico interino reconheceu a postura da equipe:
"A partir do momento que a gente fez o gol, a equipe, preocupada em se defender, parou de jogar. Isso acabou fazendo com que o adversário crescesse dentro da partida"
Com a pressão adversária se intensificando, o gol do Operário parecia inevitável. Léo Jardim chegou a evitar o empate em uma defesa contra Daniel Amorim, mas o Vasco acabou cedendo aos 27 minutos da segunda etapa. O gol, marcado por Boschilia com um chute de fora da área, teve origem em um passe equivocado de Coutinho, que claramente já não tinha mais condições físicas ideais em campo. A dupla de volantes do Vasco também demonstrou falha ao permitir o espaço para o chute que resultou no gol de empate.
Depois de igualar o placar, o time mandante reduziu seu ímpeto e também recuou. O Vasco esboçou uma tentativa final de pressão, mas as poucas jogadas de maior perigo terminaram em finalizações imprecisas ou mal executadas. Alex Teixeira falhou ao não concluir uma jogada promissora dentro da área. Loide, após uma boa construção pela esquerda, chutou diretamente no goleiro. Já nos acréscimos, João Victor cabeceou por cima do travessão após um cruzamento. A performance na Copa do Brasil apenas sublinha a necessidade urgente de soluções estruturais e reforços consistentes, muito além da simples troca de comando técnico.
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