Maurício Lemos: Fim da Linha no Vasco? 3 Meses Sem Jogar e Renovação Impossível

A situação de Maurício Lemos no Vasco atingiu um ponto de não retorno. O zagueiro, que chegou a São Januário com status de reforço crucial para o sistema defensivo, acaba de completar três meses sem pisar nos gramados em uma partida oficial. Marginalizado pelo técnico Fernando Diniz, o defensor não figura na lista de relacionados há impressionantes 11 partidas nesta temporada, um claro indicativo de que seu ciclo no clube carioca está prestes a ser encerrado.

Sua última aparição foi em 2 de agosto, na derrota por 3 a 2 para o Mirassol. Desde então, apesar de manter a rotina de treinamentos com o restante do elenco no CT Moacyr Barbosa, Lemos tem sido preterido por uma decisão técnica da comissão. Com apenas nove jogos disputados pelo Gigante da Colina em 2025, a perspectiva de uma continuidade se esvai a cada semana.

O cenário é ainda mais desfavorável quando se observa a cláusula de renovação automática em seu contrato, que se estende até dezembro. O acordo previa a extensão do vínculo até o final de 2026 caso o jogador participasse de 60% dos jogos oficiais do Vasco em 2025. Contudo, essa meta tornou-se matematicamente inatingível. Atualmente, o uruguaio esteve em campo em meros 16% dos confrontos da equipe no ano, selando seu destino fora de São Januário.

A Promessa Que Não Se Cumpriu: Do "Xerife" ao Esquecimento

Anunciado com pompa em 10 de janeiro deste ano, Maurício Lemos foi apresentado como o "xerife" que a defesa vascaína tanto necessitava, carregando consigo credenciais robustas. As expectativas em torno de sua chegada eram elevadas, mas a realidade se encarregou de diluí-las rapidamente. O primeiro sinal de alerta foi a demora para sua estreia, resultado de problemas físicos que já o acompanhavam desde o ano anterior, em sua passagem pelo Atlético-MG, onde teve pouquíssimos minutos em 2024. O Vasco , ciente do histórico, optou por um período de pré-temporada estendido, agindo com cautela antes de lançá-lo aos jogos.

O debute do zagueiro como titular ocorreu somente na rodada inaugural do Campeonato Brasileiro, em 30 de março, na vitória por 2 a 1 sobre o Santos. Este breve momento de protagonismo parecia indicar uma virada. Ele chegou a receber uma sequência, atuando contra Melgar e Puerto Cabello pela Sul-Americana. No entanto, a trajetória foi abruptamente interrompida por uma fratura na costela, que o afastou dos gramados por mais de um mês, quebrando qualquer ritmo que pudesse ter sido construído.

Lesões, Tática e o Choque com o Estilo de Fernando Diniz

Quando Lemos finalmente retornou à lista de atletas relacionados, a área técnica já estava sob nova direção, com Fernando Diniz no comando. Sua primeira partida sob o novo treinador foi na vitória por 3 a 0 sobre o Fortaleza, onde entrou nos acréscimos da etapa final, um indício de que seu espaço seria limitado. A partir daí, o estilo de jogo implementado por Diniz revelou-se um entrave significativo para o uruguaio.

Com uma proposta tática que privilegiava a posse de bola e uma saída mais construída, o perfil de Lemos, caracterizado por um jogo mais "rebatedor" e uma certa lentidão na transição, não se encaixava nas exigências do comandante. Consequentemente, ele foi sistematicamente preterido em detrimento de outros defensores. No total, foram apenas cinco partidas sob a batuta de Fernando Diniz, sendo apenas duas delas como titular.

O ponto de inflexão decisivo para o zagueiro foi sua última atuação, contra o Mirassol. Naquele confronto, o defensor acumulou falhas cruciais que resultaram em gols do adversário, minando de vez suas chances e selando sua exclusão do planejamento técnico. A chegada de Robert Renan e Carlos Cuesta para o setor, mesmo após as vendas de João Victor e Luiz Gustavo na janela de transferências, apenas consolidou a diminuição de seu espaço, tornando sua saída de São Januário uma questão de tempo.