Coutinho Alcança 100 Jogos Pelo Vasco: Homenagem e a Busca Pelo Título Inédito

O próximo domingo se anuncia como um marco significativo na trajetória de Philippe Coutinho. Ao pisar no gramado de São Januário para o embate contra o Ceará, válido pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro, o talentoso meio-campista completará uma centena de atuações com o manto cruzmaltino, o mesmo que o projetou para o futebol profissional.

Em reconhecimento a essa jornada, o clube de São Januário orquestrou uma homenagem especial ao longo da semana. A pretexto de doar um quadro comemorativo de sua recente renovação contratual ao colégio em São Januário, Coutinho foi surpreendido por seus familiares, recebendo uma camisa enquadrada com o número 100, e revisitou a quadra que, aos 7 anos, testemunhou seus primeiros passos no esporte.

O Retorno às Origens e a Celebração Centenária

A emoção do craque foi evidente ao revisitar o local de sua formação. Ele compartilhou as sensações desse reencontro com a história, expressando a profunda conexão com o clube que o formou e o viu crescer.

Fazia tempo que não vinha no ginásio, onde tudo começou. Desde ali na entrada, na hora que parei o carro e vi a estrutura que é a mesma, me fez relembrar muito meu início. Esse quadro com essa camisa, para mim é muito especial completar 100 jogos pelo clube que sempre sonhei me tornar profissional. Meu sonho no início era só esse, tornar profissional como os caras que eu via treinando e jogando. Vestir a camisa do Vasco, fazer um gol pelo Vasco, ser um jogador que as pessoas admirassem, que as crianças se espalhassem. Hoje é um dia especial, 100 jogos com essa camisa não é uma marca pequena. Dia muito feliz para mim.

A marca de 100 jogos não é apenas um número; representa a persistência de um sonho de infância que se materializou. A camisa enquadrada simboliza não apenas o centésimo jogo, mas toda uma história de dedicação e amor ao Vasco.

Foto: (Reprodução / Vasco TV)

De "Philippinho" ao Artilheiro: Primeiros Passos e Incentivos

Em entrevista concedida ao canal do clube, Coutinho rememorou a fase inicial de sua carreira no futsal vascaíno, quando ainda era carinhosamente conhecido como "Philippinho". Ele descreveu sua timidez inicial e como, gradualmente, desenvolveu o gosto por balançar as redes, impulsionado pelo pai, Zé Carlos.

Foi onde tudo começou para mim. Sempre fui bastante tímido, lembro que nesse meu primeiro dia não queria entrar, ficava no cantinho ali, atrás da cesta de basquete. Depois vim para a arquibancada, para perto dos meus pais, não queria treinar. O treinador era o Robson e tinha o professor Ricardo também, eles foram me convencendo. Fiz um treino muito bom e eles me aprovaram. Eu amava isso aqui, teve até o momento que tinha que escolher entre campo e futsal e não queria sair da quadra.

A transição de um jogador que preferia assistir para um que buscava o gol foi gradual e contou com um incentivo peculiar, como o próprio Coutinho detalhou, com um toque de humor:

Sempre achei muito bonito chegar na cara do gol e dar o passe para o lado, e o cara fazer o gol sozinho. Lembro que em alguns treinamentos ele (pai) foi um pouco mais rígido porque todo mundo fazia gol, e eu dava o passe para o pessoal fazer. Ele e meus irmãos começaram a tentar me motivar com dinheirinho para comprar lanche na Barreira. R$ 5, R$ 10, a partir dali mudou um pouco, eu entrava um pouco mais motivado para fazer o gol (risos).

A Gratidão e o Grande Objetivo de um Ídolo

Coutinho não apenas concretizou o desejo de se tornar um jogador profissional do Vasco , mas também se estabeleceu como um ícone do clube, ao qual sempre almejou retornar após sua bem-sucedida jornada pelo futebol europeu. Aos 33 anos, ele agora nutre uma nova e ambiciosa meta.

Nunca tive outra opção na minha cabeça, minha volta seria somente para cá. Pela gratidão, pelo amor que tenho ao clube. Foi uma demonstração de carinho por parte dos torcedores que eu não imaginava, isso fica na minha cabeça de cada dia trabalhar mais, retribuir todo esse carinho que recebo dentro de campo para eles. Está no sangue, na nossa família. Meu grande e maior sonho no momento é ganhar um título com a camisa do Vasco. É o que me faz acordar, vir treinar, dar meu melhor a cada dia.

A declaração evidencia a profunda ligação do atleta com o Gigante da Colina e a seriedade com que encara o desafio de retribuir o afeto da torcida. A busca por um título com a camisa cruzmaltina não é apenas um desejo pessoal, mas a materialização de um compromisso enraizado em sua própria essência e história.