Vasco x Fluminense: Diniz Busca Virada Histórica na Copa do Brasil

Fernando Diniz alcança a fase semifinal da Copa do Brasil sob intensa pressão, uma consequência direta de uma performance insatisfatória no Campeonato Brasileiro. Na tentativa de redimir a temporada do Vasco, o técnico busca evocar o espírito vitorioso que o conduziu ao título da Libertadores há dois anos, precisamente com o Fluminense, oponente no embate noturno.

Este clássico carioca assume contornos de um embate entre facetas distintas do mesmo comandante. Entre tropeços e um projeto que não conseguiu se consolidar plenamente no Cruz-Maltino, o estrategista reencontra o clube onde vivenciou seu ápice, agora em um momento de ascensão sob a liderança do argentino Luís Zubeldía ? o pioneiro técnico estrangeiro na gestão de Mário Bittencourt.

A Virada de Cenário no Clássico

O contexto deste embate, aliás, sofreu uma inversão completa. Na fase de quartas de final, a equipe de São Januário superou o Botafogo, que na ocasião ostentava os títulos de campeão brasileiro e da Libertadores. A torcida tricolor, em contrapartida, demonstrava insatisfação com Renato Gaúcho, que viria a apresentar seu pedido de desligamento dias mais tarde.

Desde então, contudo, o Fluminense consolidou uma trajetória positiva no Campeonato Brasileiro, garantindo uma vaga na Libertadores. O Vasco , por sua vez, acumulou resultados desfavoráveis, flertando com a zona de rebaixamento até as últimas rodadas da competição.

Apesar da disparidade recente, o lateral-direito Paulo Henrique demonstra confiança na capacidade do Vasco em surpreender. "Eles vêm de bons resultados. Nós, infelizmente, de resultados negativos. Mas é diferente de pontos corridos. Falar de favoritismo é difícil. Eles vivem um melhor momento, sem dúvida, mas já vencemos eles. Temos, de certa forma, um caminho. A equipe deles evoluiu, criou coisas diferentes, mas vamos fazer de tudo para repetir o feito", declarou o atleta vascaíno.

Foto: (Alexandre Durão/ZIMEL PRESS)

Diniz: Entre a Euforia e a Desconfiança

Os gestos característicos de Diniz, os dedos em "V" simbolizando "vitória, Vascão", foram substituídos por manifestações de descontentamento e um clima de desconfiança, alimentando movimentos pela sua saída. É possível traçar uma linha desde a exaltação da goleada de 6 a 0 sobre o Santos, em agosto, até a amarga derrota de 5 a 0 para o Atlético-MG na rodada final do Brasileiro, um resultado que o próprio técnico definiu como "derrota que não podemos admitir".

A goleada sofrida em Minas Gerais foi marcada pela expulsão de Hugo Moura ainda na etapa inicial. "É difícil falar de uma partida depois de um 5 a 0. Com 29 minutos de jogo, estávamos perdendo por 1 a 0 e com um a menos", apontou o treinador, justificando o placar elástico.

A Filosofia Dinizista e o Desafio Atual

Na própria análise de Diniz, um dos fatores cruciais para o êxito do Fluminense na campanha continental residia no balanceamento de sua equipe. "Um dos méritos do Fluminense na Libertadores é saber jogar com inferioridade numérica. Uma equipe que tem proposta clara ofensiva, mas que sabe se defender. Sempre é difícil atacar e defender com a mesma eficiência, é o sonho de todo treinador. Foi um jogo aberto, além da vitória, foi uma partida emocionante e um bom espetáculo", afirmou Diniz, após o triunfo sobre o Boca Juniors na final.

Atualmente, Diniz se depara com a encruzilhada entre desempenho e resultado, buscando uma conclusão positiva para a temporada. A semifinal da Copa do Brasil representa mais do que um simples jogo; é a oportunidade de reverter a narrativa e entregar à torcida vascaína a alegria tão desejada.

O técnico reitera seu compromisso com o clube: "Eu gosto de trabalhar e fazer o melhor que eu posso para os jogadores e para a torcida do Vasco . Espero que esse jogo ajude o Vasco a ficar mais forte para seguir na Copa do Brasil e dar alegria que a torcida merece".