Vasco x Flu: Reviravolta de Favoritismo na Semifinal da Copa do Brasil

A iminente semifinal da Copa do Brasil entre Vasco e Fluminense, realocada no calendário da CBF para o derradeiro mês de dezembro, apresenta um cenário de notável inversão de expectativas. O confronto, que antes penderia para um lado, agora se revela com um favoritismo redefinido, um testemunho das transformações vivenciadas por ambos os clubes ao longo da temporada.

A trajetória até aqui já sinalizava reviravoltas. O Fluminense garantiu sua vaga ao superar o Bahia por 2 a 1 no placar agregado, com o embate decisivo ocorrendo em 10 de setembro no Maracanã. No dia subsequente, o Cruz-Maltino selou sua passagem ao eliminar o Botafogo nos pênaltis, em partida disputada no Nilton Santos, um momento que, à época, parecia catalisador para a equipe de Fernando Diniz.

Após aquela vitória eletrizante contra o rival alvinegro, o Vasco da Gama engatou uma sequência de desempenho que cativou sua torcida e reacendeu ambições grandiosas. O período subsequente foi marcado por seis triunfos, dois empates e apenas uma única derrota, esta para o Palmeiras, um concorrente direto na disputa pelo título nacional. Uma campanha que projetava o time a patamares elevados.

A Efêmera Ascensão e o Desencanto Cruz-Maltino

Naquele instante, o torcedor cruz-maltino era convidado a sonhar com uma possível classificação para a Copa Libertadores através do Campeonato Brasileiro. A equipe, sob a batuta de Fernando Diniz, exibia um futebol envolvente e esteticamente agradável, reminiscente dos tempos áureos do próprio treinador à frente do Fluminense. Jogadores como Rayan, em seu ápice, Coutinho, perfeitamente integrado, e as contribuições de Nuno Moreira e Barros, eram pilares dessa fase promissora.

Contudo, a promessa de um futuro brilhante desvaneceu-se rapidamente. O Vasco entrou em uma turbulência que o colocou em um declínio acentuado. A equipe registrou impressionantes sete derrotas em seus últimos oito compromissos, com uma defesa que cedeu 18 gols nesse ínterim. A expectativa de uma vaga na Libertadores foi substituída pela árdua luta por um lugar na Sul-Americana, um desfecho que frustra profundamente a massa vascaína.

Este cenário de regressão contrasta brutalmente com o otimismo inicial. O que parecia ser uma consolidação de estilo e resultados transformou-se em uma fase de questionamentos e resultados adversos, deixando o Gigante da Colina em uma posição de buscar redenção em um torneio mata-mata.

Fluminense: Da Incerteza à Consolidação de um Novo Ciclo

Em contrapartida, o Fluminense trilhou um caminho oposto. Após a vitória sobre o Bahia, o time já mostrava sinais de desgaste, e a eliminação precoce na Sul-Americana para o Lanús, em pleno Maracanã, dez dias depois, precipitou a saída de Renato Gaúcho e gerou intensas discussões nos bastidores tricolores. Um período de incertezas pairava sobre as Laranjeiras.

A superação dessa fase de turbulência veio com a chegada de Luis Zubeldía. Sob a orientação do técnico argentino, a equipe encontrou um novo rumo, demonstrando uma notável capacidade de recuperação e adaptação. O final da temporada foi marcado por uma campanha robusta: dez vitórias, dois empates e apenas três derrotas, incluindo o feito de não ser superado pelos líderes do Brasileirão, Flamengo e Palmeiras.

A influência de Zubeldía foi perceptível no desempenho individual de diversos atletas. Lucho Acosta consolidou-se como o motor do meio-campo, Kevin Serna reencontrou sua melhor forma e Canobbio elevou seu nível de decisão nos momentos cruciais. A goleada imponente de 6 a 0 sobre o São Paulo, no Maracanã, no final de novembro, serviu como um cartão de visitas do renascimento tricolor e da eficácia do trabalho do novo comandante.

O Duelo de Ambientes: Expectativas para a Semifinal

Assim, o Fluminense adentra a semifinal com um ânimo renovado e a confiança de um trabalho consolidado, ostentando um futebol que evoluiu consideravelmente. O Vasco , por sua vez, busca no torneio a oportunidade de reescrever sua narrativa para 2025, após um ano que oscilou entre a promessa de ascensão e a amarga decepção de um declínio inesperado.

Ambas as agremiações carregam a ambição de conquistar o bicampeonato da Copa do Brasil. O Tricolor das Laranjeiras celebrou seu título em 2007, enquanto o Cruz-Maltino ergueu a cobiçada taça em 2011, adicionando um tempero histórico a este confronto que promete ser um dos mais eletrizantes da temporada.