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Vasco: Relatório da Comissão Expõe Irregularidades na Venda da SAF à 777 Partners
Por Redação FutVasco em 24/10/2025 11:11
O Club de Regatas Vasco da Gama se vê imerso em um turbilhão de revelações após a entrega de um relatório preliminar elaborado por uma comissão de conselheiros. O documento, divulgado em 6 de junho, investigou a constituição da SAF do clube e a subsequente alienação de 70% das ações para a 777 Partners, revelando um cenário preocupante de supostas irregularidades que culminou no indiciamento de 21 indivíduos. A informação foi veiculada pelo portal "ge".
As implicações para os acusados são severas, com a possibilidade de exclusão do quadro social do clube carioca, uma medida que sublinha a gravidade das descobertas. Esta fase representa a terceira etapa de um processo minucioso, onde os envolvidos terão um prazo de 15 dias úteis para apresentar suas defesas, antes que o caso avance para uma análise final.
Os Primeiros Indícios de Irregularidade
Entre as acusações mais contundentes presentes no relatório, destaca-se um pagamento questionável no valor de R$ 775.833,34 a uma empresa sediada em Blumenau. A comissão não encontrou qualquer evidência ou registro que comprove a prestação de serviços por parte dessa instituição ao Cruz-Maltino, levantando sérias dúvidas sobre a legitimidade da transação.
Outro ponto crítico levantado pelo documento é o depoimento de um ex-funcionário, que aponta uma alegada manipulação no balanço patrimonial do clube associativo antes da formação da SAF. Segundo o relato, o valor da dívida foi forjado, ocultando um passivo de mais de R$ 200 milhões. Os conselheiros concluíram que um "Núcleo Central Decisório" esteve ativamente envolvido em todas as etapas desse processo.
A Trama da Venda: Uma Realidade Fabricada
O relatório sugere que a diretoria da gestão de Jorge Salgado teria orquestrado uma "falsa realidade" com o objetivo de persuadir sócios e torcedores a aceitarem a venda da SAF à 777 Partners. Um organograma detalhado no documento aponta que a empresa 777 teria, no mínimo, dois sócios ocultos, uma prática que, se confirmada, infringiria diretamente o estatuto do clube. A presença da empresa 777 Carioca LLC no desenrolar dos eventos também gerou estranheza entre os investigadores.
A comissão expressa sua visão de forma contundente:
"Percebe-se claramente que tudo fora orquestrado pela Diretoria Administrativa da gestão Jorge Salgado, como um grande teatro para iludir sócios, gerar expectativas vitoriosas com a criação de uma empresa, e que isso teria a finalidade única de tornar o clube vencedor, dando lastro imaginário do torcedor para não proceder a venda do futebol do Vasco da Gama."
Detalhes Financeiros e Envolvimento de Gestores
A investigação também questiona o papel de Luiz Mello, que atuou como CEO do Vasco e, subsequentemente, da SAF, em meio a essas negociações. O pagamento de R$ 775.833,34 à MJ Capital LTDA, com sede em Blumenau, é novamente citado, com a comissão buscando esclarecer o motivo da criação dessa empresa ter ocorrido apenas 34 dias antes da assinatura do contrato de venda.
Adicionalmente, o relatório indica o uso de R$ 4 milhões do empréstimo-ponte de R$ 70 milhões para quitar uma "suposta 'dívida'" que o Club de Regatas Vasco da Gama possuía com o então presidente Jorge Salgado. Essa constatação reforça a conclusão da comissão de que a antiga diretoria teria manipulado dados inseridos no balanço patrimonial da instituição.
Os Nomes Envolvidos e Próximos Passos
A comissão responsável por esta apuração é composta pelos seguintes conselheiros: José Henrique Carvalho Gonçalves (presidente), Cláudio Pereira Gomes (relator), Luiz Gustavo de Menezes Ribeiro, Jorge Luiz Moraes, José Pedro Mota de Souza Ferreira, André Luiz Vieira Afonso e Emmanoel Ursulino de França Filho.
A lista de indiciados é extensa e inclui figuras proeminentes da gestão anterior e membros de comissões decisórias. Abaixo, os nomes mencionados no relatório:
| Função/Comissão | Nome |
|---|---|
| Presidente | Jorge Salgado |
| 1º Vice-Presidente Geral | Carlos Roberto Osório |
| 2º Vice-Presidente Geral | Roberto Duque Estrada |
| Presidente do Conselho Deliberativo | Carlos Fonseca |
| Vice-Presidente de Finanças | Adriano Mendes |
| Vice-Presidente Jurídico | Zeca Bulhões |
| CEO do Vasco (e SAF) | Luiz Mello |
| VP de História e Responsabilidade Social | Horácio Junior |
| Presidente da Assembleia Geral | Otto Carvalho |
| Membro Comissão Parecer CD | Eduardo Rua |
| Membro Comissão Parecer CD | Evanil Ribeiro |
| Membro Comissão Parecer CD | Ingor Mendes Costa |
| Membro Comissão Parecer CD | José Carlos Osório |
| Membro Comissão Parecer CD | Júlio Brant |
| Membro Comissão Parecer CD | Marco André Coelho de Almeida |
| Membro Comissão Parecer CD | Manoel Cordeiro Silva Filho |
| Membro Comissão Parecer CD | Orlando dos Santos Donin |
| Membro Comissão Parecer CD | Rafael Pina |
| Membro Comissão Parecer CD | Roberto Vallim |
| Membro Comissão Parecer CD | Rodrigo Leal Martins |
| Membro Comissão Parecer CD | Silvio Almeida (atual VP de Finanças de Pedrinho) |
| Membro Comissão Parecer CD | Wagner Pereira Coutinho Filho |
A revelação deste relatório marca um momento de profunda reflexão e incerteza para o Vasco da Gama. A apuração das defesas e a análise final do processo serão cruciais para determinar o futuro dos envolvidos e, consequentemente, a credibilidade das decisões tomadas em um dos períodos mais importantes da história recente do clube.
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