Vasco: O Efeito Deja Vu na Luta Pelo G-6 do Brasileirão

A recente sequência de quatro reveses consecutivos no Campeonato Brasileiro sepultou, mais uma vez, as aspirações do Vasco em alcançar uma vaga no G-6. Este declínio da equipe no torneio reacende uma sensação de frustração já familiar ao torcedor cruzmaltino, que presenciou um enredo notavelmente semelhante no ano anterior.

Em 2025, o clube de São Januário chegou a vivenciar um período de euforia, impulsionado por uma série de quatro vitórias consecutivas. Esse desempenho catapultou a equipe novamente para a oitava posição na tabela, reacendendo o discurso ambicioso de lutar por objetivos maiores. Em momentos divulgados pelos bastidores da própria agremiação, o presidente Pedrinho foi visto no vestiário, proferindo um discurso inflamado e afirmando que a disputa do Vasco seria "lá em cima", visando uma posição na Libertadores. O jogador Coutinho, em entrevista, corroborou a visão do dirigente.

Contudo, a história parece ter um roteiro pré-definido. Após essa fase de otimismo, o ânimo deu lugar à desilusão. A distância para o pelotão da Libertadores, que havia diminuído para apenas cinco pontos após o triunfo sobre o Bragantino, agora se expandiu para onze pontos em apenas três semanas, forçando a equipe a direcionar seu olhar novamente para a metade inferior da classificação.

A Memória Recorrente: O Ciclo de Esperança e Queda

A temporada de 2024, sob a batuta de Rafael Paiva, já havia oferecido um vislumbre preocupante dessa repetição. Naquele ano, o Vasco desfrutou de um período de grande forma, com uma invencibilidade que se estendeu por oito jogos, incluindo três vitórias em sequência. Essa arrancada afastou o espectro da zona de rebaixamento e posicionou o time mais próximo das cobiçadas vagas superiores na tabela do Brasileirão, alcançando também a oitava colocação.

Naquela ocasião, o próprio discurso de Paiva e do elenco ecoava a nova ambição. O então treinador chegou a declarar em coletiva que o Vasco deveria almejar a Libertadores e "buscar o limite sempre mais alto".

Paralelos Preocupantes: Desempenho e Discurso

Nos dois anos, entretanto, a empolgação foi sucedida por uma profunda frustração. Em 2024, logo após a vitória por 1 a 0 sobre o Vitória, no Barradão, o Vasco mergulhou em um período de declínio, acumulando oito partidas sem vitória, somando compromissos pela Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. A cada rodada, a perspectiva de uma vaga na Libertadores se tornava mais remota.

Assim como na atual temporada, a equipe vascaína em 2024 também havia se classificado às semifinais da Copa do Brasil, mas acabou sendo superada pelo Atlético-MG durante o período de jejum de vitórias.

A tabela a seguir ilustra os pontos de convergência e divergência entre os dois momentos:

Destinos Divergentes? A Permanência de Diniz

Coincidentemente, Rafael Paiva também enfrentou uma sequência de quatro derrotas na reta final do Brasileiro de 2024, perdendo para Botafogo, Fortaleza, Internacional e Corinthians. Após o revés contra o time paulista, sua passagem foi encerrada. Felipe Loureiro assumiu o comando nas rodadas finais, quando o time já não mais disputava uma vaga na Libertadores, estabilizado na zona de classificação para a Copa Sul-Americana.

A principal distinção em relação ao ano passado reside no fato de que Fernando Diniz mantém o respaldo da diretoria vascaína e estará à frente da equipe no próximo confronto contra o Bahia. O objetivo é claro: evitar o quinto insucesso consecutivo. A partida está marcada para este domingo, às 16h (de Brasília), na Arena Fonte Nova, um teste crucial para a continuidade de um ciclo que teima em se repetir.