Vasco Longe da Libertadores: Entenda a Queda de Desempenho e o Impacto na Temporada

A euforia que envolvia o Vasco, impulsionada por seu melhor momento na temporada e a esperança de uma vaga direta na próxima Libertadores via Brasileirão, foi bruscamente interrompida neste sábado. A equipe comandada por Fernando Diniz apresentou uma atuação desinteressada em São Januário, colecionando falhas e sofrendo sua terceira derrota consecutiva na competição, desta vez para o Juventude.

A ambição de alcançar a fase de grupos da Libertadores, meta estabelecida pelo clube para a reta final do campeonato, tornou-se mais remota após a sequência de resultados negativos contra São Paulo, Botafogo e Juventude. Embora a classificação para a fase preliminar ainda seja concebível, sua concretização depende de múltiplos fatores, sendo o mais crucial o retorno do Vasco a um padrão de jogo elevado, visando terminar o certame, no mínimo, entre os nove primeiros colocados.

É pertinente recordar que o Vasco também está nas semifinais da Copa do Brasil e assegurará sua vaga na Libertadores caso conquiste o torneio. Contudo, a perceptível diminuição no nível das atuações do time de Diniz, a ponto de ser superado pelo Juventude em casa e demonstrar uma dificuldade constrangedora para superar a defesa mais vulnerável do campeonato, transforma a pausa de mais de um mês antes dos confrontos decisivos contra o Fluminense em uma notícia bem-vinda.

No embate contra o time gaúcho, que ocupa a 18ª posição e busca desesperadamente a permanência na elite, o Vasco manteve o controle do jogo até aproximadamente os 30 minutos do primeiro tempo. No entanto, mesmo nesse período inicial, a equipe estava aquém do desempenho que a levou a vitórias sobre Bahia, Cruzeiro, Vitória, Fortaleza, Fluminense e Bragantino em um único mês. A movimentação da bola carecia de velocidade, e as investidas ofensivas eram esporádicas e pouco eficazes.

Ajustes no Meio-Campo e o Gol Ilusório

Após a derrota para o Botafogo na rodada anterior, Diniz reconheceu a imperiosa necessidade de alterações no setor de meio-campo e iniciou a partida com Hugo Moura no lugar de Tchê Tchê. Essa mudança resultou em uma estrutura defensiva mais coesa, que por pouco não encerrou a primeira etapa sem ser vazada.

Em uma das raras oportunidades de aceleração da jogada, originada por um lançamento preciso de Coutinho e um cruzamento de primeira de Lucas Piton, Rayan abriu o placar com uma cabeçada que o goleiro Jandrei acabou empurrando para dentro da própria meta. Apesar de uma performance sem brilho até aquele instante, o Vasco estava em vantagem, sua defesa não era ameaçada e a vitória parecia encaminhada, o que evitaria uma situação delicada a esta altura da temporada.

O Ponto de Virada e a Fragilidade Defensiva

Aos 38 minutos do primeiro tempo, ocorreu o lance decisivo que deflagrou o colapso cruzmaltino. Em uma situação aparentemente sob controle, com Taliari cercado por Cuesta e Lucas Piton próximo à linha de fundo, o zagueiro vascaíno inexplicavelmente se afastou, em uma tentativa de evitar um escanteio, e permitiu o cruzamento de Taliari. A bola encontrou Marcelo Hermes livre na segunda trave, que finalizou de primeira, superando Léo Jardim. Foi a primeira falha grave da noite.

"Derrota bizarra com erros bizarros"

A partir desse momento, a resiliência psicológica do Vasco desmoronou. Mais uma vez, o time passou a atuar sem nenhuma convicção, acumulando erros e gerando a irritação da torcida. No intervalo entre os 38 e os 44 minutos, a equipe concedeu incríveis três oportunidades claras ao Juventude.

Na quarta dessas chances, aos 45 minutos, Nenê não perdoou a falha inexplicável de Léo Jardim , que tentou uma saída de bola arriscada pelo centro do campo, ignorando as opções pelas laterais. Nuno aguardava a posse de bola, mas viu Jadson interceptar e servir o camisa 10 do Juventude. Ovacionado em São Januário antes do jogo, com seu nome ecoando nas arquibancadas, Nenê recebeu o passe, driblou Hugo Moura com um toque sutil e finalizou de esquerda para selar a virada do placude.