Vasco Fora da Sul-Americana: Diniz Lamenta Chances Perdidas e Futuro

O Club de Regatas Vasco da Gama está oficialmente excluído da Copa Sul-Americana. Após uma derrota significativa por 4 a 0 no confronto de ida, a equipe carioca não conseguiu reverter o placar, obtendo apenas um empate em 1 a 1 contra o Independiente del Valle na noite de terça-feira, em São Januário. O resultado selou a eliminação do clube na fase de playoffs das oitavas de final. Imediatamente após o apito final, o técnico Fernando Diniz expressou profundo desapontamento com as inúmeras chances desperdiçadas por seus comandados.

Diniz traçou um paralelo entre o desempenho da equipe nesta partida e o empate recente contra o Grêmio, válido pelo Brasileirão. Em ambas as ocasiões, o time demonstrou capacidade de criação, mas falhou na conversão de oportunidades claras, permitindo que o adversário fosse mais eficaz com menos volume de jogo.

"Eu acho que se repetiu hoje o que aconteceu contra o Grêmio. A gente teve um volume interessante na parte de criação e cedeu pouco contra-ataque. E, assim como foi contra o Grêmio, a gente teve muita chance clara de fazer o gol, eles não tiveram quase chance nenhuma e conseguiram fazer o gol deles. A gente poderia até ter resolvido ou encaminhado a classificação no primeiro tempo", afirmou o comandante vascaíno.

O Preço das Oportunidades Perdidas: A Visão de Diniz

A noite em São Januário também foi marcada por intensos protestos da torcida vascaína. Durante boa parte do jogo, a insatisfação foi palpável. Quando o Independiente del Valle abriu o placar, membros de uma torcida organizada cessaram os cânticos e viraram as costas para o campo, em um gesto claro de desaprovação. O zagueiro João Victor, em particular, foi alvo de fortes vaias, repetindo o cenário do confronto contra o Grêmio.

Abordando o delicado momento psicológico do elenco, Diniz comentou sobre a reação da arquibancada. "As vaias são normais. Não é por conta do que o time tem feito, mas pelos resultados e pelo histórico recente do Vasco não só desse ano. Eu falo sempre para os jogadores, a torcida a gente tem que tratar que nem um cristal. Ela merece ver o time correr, lutar, a gente está tentando, mas ela vive de vitórias e de títulos. O Vasco tem a história que tem por causa das conquistas que estão na história do clube. Desde o Expresso da Vitória, passando pelo time de 1974, de 1989, dos anos 90 e 2000. O que marca é título e vitória", pontuou o técnico.

Ele expressou convicção de que a melhora virá com resultados positivos. "As coisas só vão melhorar com vitória, o humor do torcedor. Acredito que estão vendo que o time está produzindo, que é um time diferente, que todo mundo corre e luta, mas a gente precisa ganhar jogos. E eu acho que isso está perto de acontecer. Porque é um time que trabalha muito e não se entrega. Você fala de psicológico, mas o time continuou jogando. Contra o Grêmio tomou o gol e criou mais três ou quatro chances. Hoje estava em cima, tomou gol, continuou tentando. A gente está aprendendo a suportar essas coisas, ser grande e as vitórias estão perto de acontecer", complementou Diniz, buscando infundir confiança.

A Pressão Cruzmaltina: Diniz e a Relação com a Torcida

Questionado especificamente sobre a relação conturbada entre o zagueiro João Victor e a torcida, Diniz saiu em defesa do atleta. "A torcida não quer vaiar o João Victor , ela quer vencer. Ele é bom jogador, não tá jogando só comigo. Está com todos os treinadores que passaram aqui. Será que todo mundo viu que ele é ruim e não quis tirar do time? É o jogador mais rápido que a gente tem no elenco , perde pouco duelo e bola no alto. Falhou no passado, mas não posso falar que comigo ele tem jogado mal. Hoje pegou um atacante difícil de ser marcado e ganhou praticamente todos os lances. Assim foi contra o Grêmio e tem sido assim. Como tem falhado pouco, está cada vez melhor. É um ótimo zagueiro na minha opinião. O que a gente tem é que começar a ganhar, ele suportar a crítica e a gente avançar", concluiu o treinador.

João Victor Sob Escrutínio: A Defesa do Treinador

A pauta sobre a chegada de novos reforços ao Vasco nos próximos dias também foi endereçada ao técnico. Diniz, contudo, fez questão de moderar as expectativas, sinalizando que a realidade financeira impõe cautela.

"Em relação a reforços, quando eu vim para cá eu sabia que existia uma escassez de recursos financeiros para contratação. A gente está no mercado, espero que a gente consiga contratar, mas não vai chegar um monte de jogador aqui. Vocês sabem disso, não tem recurso financeiro. A gente vai acabar arriscando nas contratações. É fácil contratar o Vitor Roque, o Savarino, o Luiz Henrique, o Alcaraz, jogadores que você conhece", explicou o técnico, delineando a complexidade da situação financeira do clube.

Ele detalhou as dificuldades em trazer nomes de peso, citando exemplos de atletas com valores inviáveis para a realidade do Vasco . "A gente tentou contratar o Hinestroza, vocês sabem. Quando começou a Libertadores, a gente estava mapeando o jogador com nossa equipe de scout. Foi o primeiro nome que veio à cabeça. Tentamos outros extremos que estão fora do país, mas os valores: 10 milhões de euros, 12 milhões de euros, 8 milhões de euros. E a gente não tinha condição. Para a gente contratar, é mais difícil mesmo. A gente vai contratar, arriscar e esperar que dê certo. Como foi o Nuno, por exemplo, que ninguém conhecia e hoje dá retorno técnico para o Vasco . Não é uma coisa fácil", concluiu, ressaltando a necessidade de apostas no mercado.

O Dilema dos Reforços: Recursos e Riscos no Mercado