Vasco e Crefisa: Acordo de R$80 Milhões com 10% da SAF em Garantia Revelado

Uma alteração significativa nos termos do financiamento entre o Vasco da Gama e a Crefisa foi confirmada, revelando um movimento estratégico da diretoria cruzmaltina. O clube, seguindo o parecer da Administradora Judicial Conjunta, renegociou a garantia do empréstimo de R$ 80 milhões, que agora se limita a apenas 10% das ações da SAF. A instituição financeira aceitou a proposta, mantendo o valor original e as demais condições do contrato.

A iniciativa de reajustar a composição da garantia partiu da gestão vascaína, que buscou contato com a Crefisa para formalizar a mudança. Este ajuste, segundo informações, visa primordialmente fortalecer a segurança jurídica da operação, prevenindo possíveis contestações futuras. A transparência na condução do processo é um ponto que o clube faz questão de ressaltar, especialmente em um cenário de recuperação judicial.

A Nova Estrutura da Garantia da SAF

A petição protocolada nesta segunda-feira detalha a nova arquitetura do acordo. A garantia estabelecida consiste na alienação fiduciária de 10 mil ações ordinárias de classe A, de propriedade do Club de Regatas Vasco da Gama (CRVG). Este montante representa exatamente 10% do capital social da Vasco SAF.

É crucial destacar que essas ações estão classificadas como ativo não circulante da associação. Por essa razão, a validação da operação requer imperativamente uma autorização judicial, conforme estipulado no artigo 69-A da Lei de Recuperação Judicial (Lei nº 11.101/2005). O clube enfatiza que a renegociação foi efetuada "em manifesta boa-fé", buscando eliminar qualquer risco de nulidade do contrato em um futuro próximo.

Com isso, a garantia a ser oferecida ao financiamento pretendido pelas RECUPERANDAS corresponderá à constituição de alienação fiduciária de 10.000 (dez mil) ações ordinárias de classe A, livres e desembaraçadas, de propriedade do CRVG, representativas de 10% (dez por cento) do capital social da VASCO SAF. As referidas ações integram o ativo não circulante do CRVG, razão pela qual a constituição da garantia requer autorização judicial, nos termos do art. 69-A da Lei nº 11.101/2005.

Detalhes Financeiros e Cronograma de Liberação

O empréstimo, que totaliza R$ 80 milhões, destina-se a cobrir despesas operacionais correntes, como o pagamento de salários, fornecedores estratégicos e outras obrigações de natureza trabalhista e fiscal. A gestão vascaína projeta uma utilização escalonada dos recursos, priorizando a estabilidade financeira imediata do clube.

A distribuição do montante está planejada da seguinte forma:

O Processo de Seleção e Custos Operacionais

Para selecionar a instituição financeira responsável por este aporte, o Vasco da Gama conduziu um processo de "concorrência", avaliando propostas para a cessão dos cerca de R$ 80 milhões necessários. A Crefisa emergiu como a parceira escolhida, demonstrando confiança na reestruturação financeira do clube.

A necessidade deste financiamento é contextualizada pela projeção de custos operacionais do clube até o final do ano, estimados em R$ 170 milhões. O empréstimo com a Crefisa, com seus termos revisados, desempenha um papel fundamental na cobertura dessas despesas, garantindo a continuidade das atividades e o cumprimento das obrigações do Vasco da Gama.