Vasco: Do Triunfo Avassalador à Queda Livre no Campeonato Brasileiro

A trajetória do Vasco da Gama em apenas sete dias ilustra uma montanha-russa de emoções e resultados. Partindo de uma avassaladora vitória por 6 a 0 sobre o Santos, longe de seus domínios, a equipe mergulhou em duas das performances mais aquém do esperado no campeonato, culminando em revés diante de Juventude e Corinthians. O placar de 3 a 2 contra o clube paulista serviu como um duro lembrete da implacável competitividade do Campeonato Brasileiro.

Anteriormente, o Cruzmaltino já havia se consolidado como uma das formações mais frustrantes do torneio, frequentemente falhando em converter um volume considerável de criação de jogadas em vitórias. Contudo, sob o comando de Diniz, a equipe revelou-se também uma das mais desequilibradas, uma constatação evidenciada tanto pela drástica oscilação de rendimento em um curto período quanto pelas escolhas táticas adotadas na recente partida de domingo.

A manutenção da linha ofensiva que pulverizou o Santos, com David iniciando entre os titulares e Vegetti como opção no banco, alimentava considerável otimismo entre os torcedores. Embora a equipe demonstrasse um vigor inicial e uma concentração superior à exibida contra o Juventude, as fragilidades coletivas persistiram de forma notória, estendendo-se do apito inicial ao desfecho do confronto.

Desequilíbrios Táticos e a Vulnerabilidade Defensiva

A configuração tática do Vasco , um 4-2-4, com Nuno e Coutinho alternando-se na função de centroavante, replicava a estratégia de sucesso contra o Santos. No entanto, a conjuntura do jogo era drasticamente distinta: o Corinthians, diferentemente da equipe santista, não se mostrava vulnerável. A formação de Dorival Júnior, com quatro volantes, solidificava o setor intermediário e explorava com maestria as inversões de jogo da defesa para os laterais, posicionados de forma agressiva nas extremidades do campo.

O primeiro gol do adversário emergiu precisamente dessa dinâmica. André Ramalho executou uma inversão precisa para Bidu, que encontrou Puma Rodríguez hesitante no combate e Rayan incapaz de cobrir a lacuna defensiva. O lateral corintiano, com liberdade total, cruzou com precisão para Maycon, que, desmarcado na entrada da área e sem a vigilância de Jair ou Tchê Tchê, finalizou. Essa manobra ofensiva foi repetida com notável facilidade pelo Corinthians ao longo de todo o embate, expondo uma falha recorrente na organização defensiva vascaína, conforme apontado na análise pós-jogo de Diniz.

Novamente, o Vasco se viu em desvantagem no placar em São Januário, transformando a atmosfera, antes um trunfo, em um fardo adicional sobre os próprios ombros. O Caldeirão, outrora fortaleza inabalável e principal suporte da equipe, testemunhou recentemente reveses como a derrota para o Bragantino e empates contra Grêmio e Atlético-MG nos últimos quatro compromissos.

Impacto das Alterações e a Exposição do Setor Defensivo

A estrutura da equipe sofreu uma alteração prejudicial com a lesão de Tchê Tchê, momento em que Diniz escolheu introduzir Vegetti , deslocando Nuno Moreira para atuar como segundo volante. Embora essa mudança tenha conferido maior agressividade ao setor ofensivo ? em grande parte pela postura mais recuada do Corinthians ?, o preço pago foi um aumento substancial da vulnerabilidade defensiva do Vasco .