Vasco: Diniz Expressa Frustração Após Empate com Grêmio e 31 Finalizações

Após o recente embate em São Januário, que culminou em um empate de 1 a 1 entre Vasco e Grêmio pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico Fernando Diniz expôs uma visão ambivalente sobre o desempenho de sua equipe. Embora o placar não tenha sido o desejado, refletindo mais um percalço em solo próprio, o comandante não hesitou em sublinhar a performance em campo.

Meu sentimento é de frustração pelo resultado e satisfação pela produção do time. Acho que poderíamos ter vencido, produzimos para isso e vencer de goleada. Finalizamos 31 vezes.

Declarou Diniz, evidenciando uma desconexão entre o esforço e a recompensa final.

De fato, o Gigante da Colina exibiu um volume ofensivo notável durante a maior parte do confronto. Com uma posse de bola superior e uma insistência incessante no ataque, o time acumulou impressionantes 31 finalizações ao longo dos 90 minutos regulamentares, com 12 delas originadas de dentro da área adversária. Essa avalanche de oportunidades, contudo, não se traduziu na eficácia necessária para selar o triunfo. Tentativas como a de Hugo Moura, que chegou a balançar as redes, foram anuladas por impedimento de Vegetti, e o próprio atacante ainda viu uma de suas investidas ser detida pela trave.

A insistência do Vasco só foi recompensada aos 18 minutos da etapa final. Após uma cobrança de escanteio pela esquerda, a bola encontrou Lucas Freitas na segunda trave, que, com liberdade, dominou e concluiu com precisão. O tento, além de inaugurar o marcador, representou uma espécie de redenção para o zagueiro, que havia sido alvo de críticas em partidas anteriores devido a falhas pontuais. No entanto, o ímpeto vascaíno diminuiu nos minutos subsequentes, abrindo espaço para a reação gremista. Aos 35 minutos, em um lance que se iniciou com um equívoco na saída de bola da defesa cruzmaltina, o Grêmio capitalizou. Gustavo Martins, de cabeça, após cruzamento de Pavón, selou o empate, neutralizando a vantagem carioca e esfriando o ambiente em São Januário.

A Contradição em Campo: Desempenho e o Gosto Amargo do Empate

O cenário que antecedeu a partida já desenhava um clima de apreensão. Faixas de protesto foram exibidas nas arquibancadas, e cânticos de cobrança ecoaram logo nos primeiros instantes do jogo. As manifestações mais veementes foram direcionadas ao zagueiro João Victor, que se tornou alvo de vaias a cada toque na bola. A animosidade em torno do defensor remonta a uma controvérsia com torcedores após a derrota para o Independiente del Valle na Copa Sul-Americana, evidenciando a fragilidade da relação entre parte da torcida e o atleta.

Questionado sobre as vaias a João Victor e o protesto anterior no centro de treinamento, Fernando Diniz adotou uma postura compreensiva, mas firme. Ele reconheceu o direito legítimo da torcida de expressar sua insatisfação:

A torcida tem todo o direito de cobrar. Fizeram um protesto justo. O João Victor precisa ser forte. Vencendo é que essas coisas amenizam.

Pontuou o técnico, ressaltando a necessidade de resiliência individual e coletiva para superar momentos de adversidade e reconquistar a confiança do público.

O Veredito da Arquibancada: Pressão e Resposta do Treinador

Com este resultado, o Vasco da Gama alcançou 14 pontos na tabela do Brasileirão, permanecendo em uma posição delicada, nas proximidades da zona de rebaixamento. O Grêmio, por sua vez, atingiu 17 pontos, consolidando sua posição no meio da classificação. A atenção de ambas as agremiações agora se volta para os compromissos internacionais pela Copa Sul-Americana.

O Vasco tem um desafio hercúleo pela frente, enfrentando o Independiente del Valle na próxima terça-feira (22), às 21h30 (horário de Brasília), com a árdua tarefa de reverter uma desvantagem de 4 a 0. Já o Grêmio terá pela frente o Alianza Lima na quarta-feira (23), no mesmo horário, buscando avançar na competição continental.