Vasco Desperdiça Vitória Certa: Ceará Arranca Empate no Último Minuto em Jogo Quente

A noite de domingo (14) em São Januário reservou um desfecho amargo para o Vasco. Em um confronto válido pela 23ª rodada da Série A, o Gigante da Colina viu a vitória escorrer por entre os dedos, cedendo um empate em 2 a 2 ao Ceará nos últimos instantes da partida. O placar, selado por um gol aos 49 minutos do segundo tempo, deixou um gosto de frustração na torcida cruzmaltina.

A sequência dos acontecimentos revelou a montanha-russa emocional do duelo. Coutinho abriu o marcador para o Vasco , mas Galeano rapidamente igualou para o time visitante. A situação parecia controlada quando Cuesta recolocou a equipe carioca em vantagem, especialmente após a expulsão de Rodriguinho, que deixou o Ceará com um jogador a menos aos 28 minutos da etapa final. Contudo, a persistência do Vozão foi recompensada com o gol de Pedro Henrique, aos 49, que selou a igualdade heroica para os cearenses.

Para o Ceará, o ponto conquistado fora de casa representou um alívio considerável. Com este resultado, o time alcançou os 27 pontos, posicionando-se em 11º lugar na classificação e ampliando sua distância para a zona de rebaixamento para cinco pontos. Uma performance que, para os visitantes, teve sabor de triunfo.

A equipe cearense, por sua vez, já tem compromisso agendado para o dia 20, enfrentando o Bahia às 18h30 no Castelão.

O Início Promissor e a Resposta Rápida

A estratégia inicial do Ceará foi de contenção, permitindo que o Vasco ditasse o ritmo e mantivesse a posse de bola. No entanto, essa postura não se manteve por muito tempo. Gradualmente, o time visitante avançou suas linhas e buscou equilibrar as disputas no meio-campo, mostrando que não seria um adversário passivo em São Januário.

Aos 12 minutos, a torcida vascaína teve motivos para comemorar. Coutinho, em uma cobrança de falta precisa da entrada da área, superou a barreira e o goleiro adversário para inaugurar o placar, colocando o Vasco à frente com 1 a 0. A vantagem, contudo, durou pouco. Apenas três minutos depois, o Ceará demonstrou poder de reação. Uma intensa pressão na saída de bola do Vasco resultou em um erro de Matheus Carvalho. Paulo Baya arriscou um chute que Léo Jardim defendeu, mas no rebote, Galeano não perdoou, balançando as redes e restabelecendo a igualdade em 1 a 1.

O time da casa tentou recuperar o ímpeto e, aos 18 minutos, Coutinho quase marcou novamente, desta vez de cabeça, após cruzamento de Nuno Moreira, mas a bola caprichosamente carimbou a trave. Após esse lance, a partida entrou em um período de maior equilíbrio, com as duas equipes se alternando na busca por espaços.

No entanto, foi na fase derradeira da primeira etapa que o Ceará demonstrou maior agressividade, ameaçando ir para o intervalo com a vantagem. Aos 41 minutos, Dieguinho cruzou com precisão, e Pedro Raul, livre, cabeceou para fora, desperdiçando uma grande chance. Pouco depois, uma falha na saída de bola da defesa vascaína deixou Pedro Raul em posição de finalização, mas Léo Jardim interveio com uma defesa espetacular. O goleiro vascaíno ainda foi exigido no último lance do primeiro tempo, quando Dieguinho arriscou um chute de longa distância no canto, e Léo Jardim se esticou para evitar o gol.

Reviravolta no Segundo Tempo e a Expulsão que Mudou o Jogo

A volta do intervalo apresentou um Ceará irreconhecível. A equipe não conseguiu se rearticular e foi amplamente dominada pelo Vasco , que impôs seu ritmo e criou as melhores oportunidades. Aos 9 minutos, o perigo rondou a meta cearense: Paulo Henrique avançou pela direita e desferiu um cruzamento rasteiro. Bruno Ferreira espalmou a bola para o meio da área, Vegetti aproveitou para finalizar, mas o goleiro do Vozão, em uma intervenção providencial com o pé, evitou o que seria o segundo gol vascaíno. O Ceará, sem conseguir construir jogadas ofensivas, viu sua única investida aos 13 minutos ser anulada por um corte de soco de Pedro Raul, que defendia a própria área.

A partida, que já havia diminuído em intensidade, tomou um rumo decisivo aos 28 minutos, quando o Ceará sofreu um duro golpe: a expulsão de Rodriguinho. O jogador cearense, após uma entrada vigorosa em Barrios, recebeu o cartão vermelho, deixando sua equipe com um atleta a menos em campo. A desvantagem numérica foi rapidamente capitalizada pelo Vasco . Apenas cinco minutos após a expulsão, Andrés Gomez realizou um cruzamento rasteiro que encontrou Cuesta, e o zagueiro não hesitou em empurrar a bola para o fundo das redes, marcando o segundo gol do time carioca e reacendendo a esperança da vitória.

Diante da adversidade de jogar com dez homens e em desvantagem no placar, o técnico Condé não se intimidou. Optando por uma estratégia ousada de "tudo ou nada", promoveu diversas alterações, lançando Fernando Sobral, Vina, Fernandinho e Pedro Henrique ao campo, buscando uma reação improvável. A persistência do Ceará foi premiada de forma dramática aos 49 minutos. Em uma jogada bem construída, Willian Machado lançou a bola, Fernandinho ganhou a disputa com Paulo Henrique e finalizou. Léo Jardim defendeu, mas o rebote encontrou Pedro Henrique, que não perdoou, empurrando para as redes e selando o empate em 2 a 2, um resultado que, para o Vasco , teve sabor de derrota.

A Lição de São Januário e as Implicações para o Gigante

O resultado em São Januário serve como um alerta para o Vasco . A incapacidade de sustentar uma vantagem numérica e no placar, especialmente nos minutos finais, expõe fragilidades que precisam ser urgentemente endereçadas. O que parecia uma vitória encaminhada transformou-se em dois pontos perdidos em casa, um revés que pode ter consequências significativas na campanha da Série A. A torcida, que esperava a consolidação de uma vitória, testemunhou um desfecho que levanta questionamentos sobre a gestão do jogo em momentos cruciais.