Vasco Copa do Brasil: Semifinais, Histórico e Reencontro com Fluminense

O Estigma das Semifinais na Copa do Brasil

A trajetória do Club de Regatas Vasco da Gama na Copa do Brasil é marcada por um paradoxo persistente: a capacidade de alcançar as fases decisivas, em especial as semifinais, contrasta acentuadamente com a dificuldade em transpor essa barreira rumo à grande final. Em nove oportunidades antes da presente edição, o Gigante da Colina se viu nessa fase e, em impressionantes sete delas, sucumbiu, registrando um modesto aproveitamento de apenas 22,22%. Essa estatística robustece a percepção de um verdadeiro estigma que paira sobre o clube nesta etapa da competição.

As primeiras decepções se desenrolaram em sequência. Em 1993, o Cruzeiro foi o algoz que impediu o avanço cruzmaltino. No ano subsequente, em 1994, coube ao Grêmio barrar o time carioca. A frustração se aprofundou em 1995, quando o Corinthians consolidou a terceira eliminação consecutiva do Vasco em semifinais da Copa do Brasil, um período amargo para o torcedor.

Ainda em 1998, o roteiro se repetiu: mais uma vez, o Cruzeiro prevaleceu em uma semifinal do torneio nacional. Curiosamente, este foi o mesmo ano em que o Vasco ergueu o troféu da Copa Libertadores da América, uma prova cabal de sua vocação para os mata-matas continentais, mas que não se traduzia em sucesso na copa doméstica.

Primeiro Rompimento: A Quebra do Tabu Contra o Fluminense

Foi preciso aguardar oito anos para que a narrativa começasse a mudar. Em 2006, o Vasco conseguiu, enfim, romper o ciclo de eliminações, e o fez de forma emblemática: justamente contra o Fluminense, o mesmo adversário do embate atual. Naquele ano, o Cruzmaltino assegurou a vitória no primeiro confronto por 1 a 0, com um gol decisivo de Edílson, o "Capetinha". O empate em 1 a 1 na partida de volta, com tentos de Valdiram e Petkovic, selou a classificação para a final, embora o tão almejado título ainda estivesse distante.

Contudo, a sina de ser barrado nas semifinais ressurgiu. Em 2008, o Vasco foi superado pelo Sport em uma disputa de pênaltis, um desfecho particularmente cruel para o ídolo Edmundo. O "Animal" havia marcado o gol que levou a decisão às penalidades, mas, ironicamente, desperdiçou sua cobrança decisiva. No ano seguinte, 2009, o Corinthians novamente cruzou o caminho do Gigante da Colina, eliminando-o após dois empates.

A Glória Inédita e o Retorno do Desafio

A verdadeira redenção na Copa do Brasil veio em 2011, culminando na conquista inédita do título. Depois de um empate dramático nos acréscimos contra o Avaí em São Januário, o time carioca demonstrou sua força ao vencer por 2 a 0 na Ressacada, garantindo sua vaga na decisão contra o Coritiba. O desfecho dessa campanha gloriosa está gravado na história do clube.

A "maldição" parecia ter se manifestado novamente na temporada anterior. Após uma derrota por 2 a 1 para o Atlético na Arena MRV, o Vasco se encaminhava para uma decisão por pênaltis em São Januário, liderando por 1 a 0. Entretanto, nos instantes derradeiros, um arremate preciso de Hulk no ângulo empatou o confronto, frustrando as esperanças cruzmaltinas e resultando em mais uma eliminação.

O Destino Reencontrado: Fluminense e a Esperança de Superação

Agora, o roteiro da Copa do Brasil coloca o Vasco novamente diante do Fluminense em uma semifinal. Embora o histórico geral inspire cautela, o reencontro com o rival tricolor acende um lampejo de esperança. Afinal, foi justamente contra o Fluminense que o Vasco conseguiu, pela primeira vez, subverter a tendência e avançar para a final do torneio.

A conjuntura atual guarda notáveis semelhanças com a de 2006. O Vasco assume a posição de azarão, enquanto o Fluminense é apontado como favorito. Ambas as partidas decisivas acontecerão no Maracanã, replicando o cenário da semifinal de 19 anos atrás. O primeiro embate está agendado para esta quinta-feira, 11 de julho, às 20h (horário de Brasília).

Para contextualizar o histórico vascaíno nas semifinais da Copa do Brasil, apresentamos um resumo: