- FutVasco
- Vasco: A Decifração do Declínio Cruzmaltino no Brasileirão
Vasco: A Decifração do Declínio Cruzmaltino no Brasileirão
Por Redação FutVasco em 12/08/2025 04:10
Após a etapa eliminatória da Copa do Brasil, o ambiente no Vasco da Gama sugeria um possível ressurgimento no Campeonato Brasileiro. Contudo, a equipe sob o comando de Fernando Diniz não conseguiu capitalizar essa expectativa. O empate recente em São Januário contra o Atlético-MG, pela 19ª rodada, impediu o clube de deixar a zona de rebaixamento, mantendo-o entre os quatro últimos colocados por duas rodadas consecutivas.
A diretoria do Vasco havia traçado um cenário ambicioso para o ano, mirando uma disputa por uma vaga no G-8 do Brasileirão e a conquista da Sul-Americana. No entanto, a realidade se impôs com veemência em agosto, forçando o clube a uma árdua batalha contra o descenso, após uma série de desempenhos desapontadores na competição continental. Analisamos os elementos que delineiam essa fase complexa do Vasco em 2025.
Planejamento Estratégico e Avaliação de Elenco: Os Primeiros Equívocos
A determinação de priorizar a Sul-Americana em detrimento do Campeonato Brasileiro configurou-se como o equívoco inicial da gestão vascaína na temporada. A cúpula do clube, ao considerar a competição internacional como o torneio mais acessível para um título, superestimou sua capacidade de disputar o troféu. O resultado foi uma eliminação precoce, antes mesmo das oitavas de final, com episódios vexaminosos, incluindo goleadas sofridas para equipes como Puerto Cabello e Independiente Del Valle.
Adicionalmente, houve uma falha substancial na avaliação do próprio plantel. Em diversas ocasiões, o presidente Pedrinho expressou publicamente que o grupo de jogadores do Vasco figurava entre os oito melhores do futebol brasileiro. Contudo, a realidade demonstrou um elenco com limitações claras e carências significativas ao longo da temporada. Atualmente, a direção se empenha na busca por um zagueiro e um atacante de lado para a formação titular, problemas que eram evidentes desde o início do ano, mas que não receberam a devida correção.
O impacto dessa percepção equivocada se refletiu nas mudanças de comando técnico. Fábio Carille, por exemplo, foi desligado após a sexta rodada do Brasileirão, com a equipe ocupando a 11ª posição e somando sete pontos, um aproveitamento de 38%. A avaliação interna era de que o desempenho do time deveria ser superior. Posteriormente, o Vasco conquistou apenas nove pontos em 11 partidas, registrando um aproveitamento de 27%. O próprio Pedrinho, mesmo após as dificuldades, manteve sua visão sobre a qualidade do grupo:
"Faltava uma pessoa como Diniz", afirmou o presidente.
Reforços Insuficientes e Investimentos de Retorno Duvidoso
A partir dessa necessidade de qualificação, a ausência de reforços pontuais tornou-se ainda mais evidente. Enquanto clubes na parte inferior da tabela se movimentavam ativamente no mercado durante a janela de transferências do meio do ano, o Vasco concretizou apenas uma contratação até o momento: o volante Thiago Mendes, que estava sem vínculo. A limitação de recursos financeiros tem sido um entrave para movimentações mais robustas no mercado.
Ademais, os investimentos realizados em jogadores para o setor ofensivo como Garré, Loide e Jean David não apresentaram o retorno esperado. Somente com a aquisição desses três atacantes, o Vasco desembolsou mais de R$ 32 milhões, um montante que, em retrospecto, poderia ter sido aplicado de maneira mais estratégica e eficaz.
A Persistente Vulnerabilidade Defensiva e a Ineficácia Ofensiva
Um dos aspectos mais problemáticos do elenco , a defesa vascaína tem se destacado negativamente pela sua fragilidade. Desde a chegada de Fernando Diniz, a equipe sofreu 23 gols em 19 confrontos. O Vasco detém a quinta pior defesa do Campeonato Brasileiro, com 24 gols sofridos em 17 rodadas. Jogadores como João Victor, Mauricio Lemos e Lucas Freitas têm se alternado na composição do setor.
Mesmo diante desses números alarmantes, a diretoria não considerava a contratação de um zagueiro como prioridade até a pausa para a Copa de Clubes. Somente após os resultados insatisfatórios na retomada das competições é que a posição se elevou ao status de urgência. Carlos Cuesta, neste cenário, surge como a principal alternativa para reforçar o setor.
Paralelamente aos problemas defensivos, o Vasco tem demonstrado uma ineficiência notável no ataque, mesmo com as limitações do plantel. A equipe conseguiu criar diversas oportunidades para conquistar vitórias contra adversários como Internacional, Grêmio, Bragantino e Atlético-MG. No entanto, o saldo desses nove pontos disputados sob a gestão de Diniz no Brasileirão foi de apenas dois.
Queda de Rendimento Individual e Impacto de Lesões
Além da dificuldade em converter chances em triunfos, o Vasco também tem sido afetado pela queda de performance de alguns de seus atletas considerados titulares absolutos. Philippe Coutinho, por exemplo, sofreu uma lesão que o afastou de quatro partidas. Após seu retorno, suas atuações contra CSA e Mirassol não foram convincentes, embora tenha se destacado contra o Atlético-MG, sem, contudo, ser decisivo quando a oportunidade surgiu. Outros nomes, como Vegetti e Nuno Moreira, também não têm demonstrado o nível de atuação esperado.
No setor defensivo, João Victor tem apresentado um rendimento abaixo da média exibida no ano anterior, apesar de uma boa performance contra o Atlético-MG. Lucas Piton e Freitas oscilam em suas atuações, enquanto Mauricio Lemos, de fato, não conseguiu se firmar como esperado. A lesão de Adson, que era uma peça fundamental nos planos da comissão técnica e da diretoria para a segunda metade de 2025, também representou um revés. Jogadores como Paulinho e Jair, que retornaram do departamento médico no início do ano, não conseguiram reencontrar sua melhor forma.
Curtiu esse post?
Participe e suba no rank de membros