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Matheus França no Vasco: Tática de Diniz Gera Debate sobre Posição

Por Redação FutVasco em 07/11/2025 07:10

O recente embate contra o Botafogo expôs, mais uma vez, a intrincada relação entre posicionamento tático e desempenho individual no Vasco. Matheus França, pela primeira vez desde sua chegada ao clube, teve a oportunidade de atuar por um tempo completo. Sua entrada no intervalo, substituindo Tchê Tchê, ocorreu com o Cruz-Maltino em desvantagem de um gol, culminando na derrota por 3 a 0 no Nilton Santos.

O que se destacou, contudo, não foi a duração de sua participação, mas a função designada: volante. Este não é um cenário inédito para o jovem atleta. A mesma situação se desenrolou na partida contra o São Paulo, onde a atuação de França nesta posição gerou manifestações de descontentamento por parte da torcida em São Januário. Tal estratégia, de fato, tem se tornado uma característica recorrente sob o comando técnico de Fernando Diniz.

A insistência em realocar jogadores de perfil ofensivo para o setor de contenção tem sido uma constante. No confronto com o Vitória, por exemplo, com o placar em 3 a 3, Matheus França foi introduzido aos 33 minutos do segundo tempo, no lugar de Barros. Embora a equipe tivesse um jogador a mais após a expulsão de Lucas Halter, e o triunfo tenha sido alcançado nos acréscimos com um gol de GB, a composição do meio-campo naquele instante, com França e Coutinho atuando como volantes, levantou questionamentos.

A Persistente Tática de Diniz: Atacantes no Meio-Campo do Vasco

Essa abordagem tática não se restringe a Matheus França. Contra o Bahia, Nuno Moreira foi o escolhido para a improvisação no meio-campo. Naquela ocasião, o Vasco perdia por 1 a 0, e após a expulsão de Jean Lucas aos 36 minutos do primeiro tempo, David foi acionado na vaga de Lucas Freitas. A reorganização resultou no deslocamento de Hugo Moura para a zaga e no recuo do português para o setor intermediário, evidenciando um padrão de adaptação de Diniz.

A reincidência na utilização de atletas com características marcadamente ofensivas como segundos volantes é um ponto que demanda reflexão. Embora a versatilidade seja um atributo valioso no futebol moderno, a aplicação dessa flexibilidade tática deve estar intrinsecamente ligada a um contexto que a justifique plenamente.

Caso contrário, a insistência em posicionamentos desalinhados com as aptidões naturais do jogador pode gerar um desgaste desnecessário. O atleta, ao não conseguir entregar o desempenho esperado em uma função para a qual não foi originalmente concebido, torna-se alvo de frustração da torcida e compromete sua própria confiança.

Matheus França no Vasco: Tática de Diniz Gera Debate sobre Posição
Foto: (Matheus Lima / CRVG)

O Custo da Adaptação: Desgaste e Desempenho no Vasco

Matheus França, em particular, ainda se encontra em uma fase de busca por sua consolidação no elenco vascaíno. Reconhecido por sua polivalência no ataque, com capacidade para atuar como ponta em ambos os flancos, meia-ofensivo e até mesmo como um "falso 9", sua trajetória recente tem sido marcada por uma ambiguidade de funções.

Dos onze jogos disputados com a camisa do Vasco , França substituiu Coutinho em seis oportunidades. Este dado pode ser interpretado como um indicativo da preferência do técnico Fernando Diniz em utilizá-lo em uma faixa central do campo, ainda que em uma posição mais recuada do que sua formação original sugeriria.

A questão central permanece: como extrair o máximo potencial de um jogador talentoso sem comprometê-lo em funções que limitam suas virtudes? A resposta a essa indagação será crucial para Matheus França e para o equilíbrio tático do Vasco sob a gestão de Fernando Diniz.

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