Léo Jardim: Lesão Real ou Cera? Entenda a Polêmica da Expulsão no Vasco

A polêmica que envolveu a saída do goleiro Léo Jardim do campo durante os momentos finais do confronto entre Internacional e Vasco, jogo que culminou em um empate em 1 a 1 no Beira-Rio, ganha um novo contorno. O que inicialmente foi interpretado como uma tática para retardar o jogo, resultando na expulsão do atleta por acúmulo de cartões amarelos, agora é contextualizado por uma revelação médica. O Cruzmaltino, em um movimento de esclarecimento, tornou público um exame que atesta uma lesão na região pélvica do seu arqueiro.

O incidente, que gerou debate acalorado, teve como protagonista o árbitro Flavio Rodrigues de Souza. Sua decisão de retirar Léo Jardim de campo veio após o segundo cartão amarelo, sob a alegação de simulação. Curiosamente, a regra do futebol determina que goleiros, quando necessitam de atendimento, devem ser assistidos em campo, não podendo ser retirados para a lateral, o que adiciona uma camada de complexidade ao cenário. A súmula da partida, documento oficial do jogo, detalha a percepção do juiz sobre o ocorrido.

Na súmula, o juiz relatou que o jogador foi ao chão "sem motivo aparente" após já ter sido advertido com cartão amarelo e "se negou a levantar".

Após ser advertido anteriormente por retardar o reinício de jogo, expulsei com segundo cartão amarelo o Sr. Leonardo Cesar Jardim, nº1 da equipe do Vasco da Gama, por de maneira desrespeitosa retardar o reinício de jogo da sua equipe caindo ao solo sem motivo aparente. Mesmo sendo solicitado tanto por mim quanto pelo assistente, negou-se a levantar. Ressalto ainda que o mesmo ficou caído durante todo o procedimento de substituições, tendo tempo suficiente para ser atendido, não o fazendo.

Essa transcrição da súmula de Flavio Rodrigues de Souza , registrada após o confronto, ilustra a visão oficial do corpo de arbitragem sobre a conduta do atleta vascaíno.

O Laudo Médico que Contradiz a Súmula

Em contrapartida à narrativa da arbitragem, o departamento médico do Vasco da Gama, através de um comunicado oficial, apresentou o parecer que diverge da interpretação de 'cera'. O laudo, referendado pelo Dr. Luiz Fernando Schwinden, descreve um quadro de "alterações contusionais recentes na junção costocondral do último arco costal esquerdo", um diagnóstico que valida as queixas de dores apresentadas pelo atleta em campo.

Além da contusão na junção costocondral, o documento médico aponta a presença de "hematomas musculares profundos associados", o que agrava a condição do goleiro. A descrição detalhada do laudo, que foi integralmente autorizada para divulgação pelo clube, oferece uma perspectiva clínica sobre o incidente.

Observam-se, em correspondência ao marcador cutâneo, alterações contusionais recentes na junção costocondral do último arco costal esquerdo. Associa-se hematoma musculares em correspondência, notadamente profundos, medindo cerca de 3,1 x 2,3 cm

Este trecho do exame ressalta a seriedade da condição física de Léo Jardim , que estava, de fato, em sofrimento no momento de sua expulsão.

As Consequências da Lesão e o Futuro de Léo Jardim

Atualmente, Léo Jardim encontra-se submetido a um regime de tratamento intensivo para recuperação da lesão. A extensão do problema, que inclui os hematomas musculares profundos, impõe um período de afastamento dos gramados. Até o momento, o clube não divulgou uma estimativa precisa para o seu retorno, o que mantém a incerteza sobre sua disponibilidade para os próximos desafios da equipe.

A ausência do goleiro titular, somada à desvantagem numérica, influenciou diretamente o desfecho da partida contra o Internacional. O Vasco , que vencia por um gol de diferença, viu o adversário igualar o placar após a saída de Léo Jardim e a entrada do goleiro reserva. Esse episódio levanta questionamentos sobre a interpretação dos lances em campo e a importância da comunicação entre atletas e arbitragem, especialmente em momentos cruciais de uma partida.