Vasco e Sport: Um Legado Compartilhado de Ídolos e Histórias Cruzadas

O embate entre Vasco e Sport, agendado para este sábado em São Januário, transcende a mera disputa pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. O confronto evoca memórias de figuras icônicas que entrelaçaram suas histórias com ambos os clubes: Juninho Pernambucano, Diego Souza e Ademir Menezes. Cada um, em sua respectiva era, deixou um legado indelével, adornado por títulos, gols memoráveis e atuações que ecoam nos anais do futebol.

Ademir Menezes: O Pioneiro da Conexão Vasco-Sport

Décadas antes de Juninho e Diego Souza , Ademir Menezes inaugurou a ligação histórica entre Sport e Vasco . Sua trajetória profissional teve início no clube pernambucano, onde atuou de 1939 a 1942. Com apenas 18 anos, Ademir não só conquistou o campeonato estadual de forma invicta, mas também se consagrou como o artilheiro da equipe e da competição, com 11 gols.

Em 1942, durante uma excursão do Sport pelo Brasil, Ademir brilhou intensamente contra o Vasco , marcando dois gols na vitória por 5 a 3. Essa exibição chamou a atenção da diretoria vascaína, que o contratou ainda naquele ano.

Diego Souza: Coração Dividido Entre São Januário e Ilha do Retiro

Diego Souza também gravou seu nome na história de ambos os clubes. Sua chegada ao Vasco em 2011, após uma passagem pelo Atlético-MG, o alçou rapidamente ao protagonismo. Conquistou a Copa do Brasil de 2011 e foi vice-campeão brasileiro no mesmo ano. Em 2012, viveu momentos de glória e frustração, como a chance desperdiçada contra o Corinthians na Libertadores.

No Sport, Diego construiu uma relação de forte identificação com a torcida. Chegou em 2014, liderou o time nos anos seguintes e viveu o auge de sua carreira em 2016: foi vice-artilheiro do Brasileirão com 14 gols e convocado para a Seleção Brasileira, mesmo atuando fora do eixo Rio-São Paulo. Retornou ao clube em 2017 e novamente em 2023, ano em que se aposentou com a camisa rubro-negra.

A ligação de Diego Souza com Vasco e Sport transcende as quatro linhas. O ex-jogador já expressou ser torcedor do Vasco desde a infância, paixão que transmitiu ao seu filho. Ao mesmo tempo, confessou que o Sport conquistou um lugar cativo em seu coração. Segundo Diego: "Eu, com certeza, até o resto da minha vida vou assistir jogo do Vasco, do Grêmio e do Sport".

Juninho Pernambucano: O Reizinho que Conquistou a Ilha e a Colina

Oriundo de Recife, Juninho Pernambucano surgiu no cenário futebolístico defendendo o Sport, entre 1993 e 1994. Foram 24 jogos e 7 gols antes de sua transferência para o Vasco , em 1995, com apenas 20 anos. Em São Januário, Juninho consolidou grande parte de sua trajetória como jogador, conquistando títulos como a Libertadores de 1998 e os Brasileiros de 1997 e 2000. Após uma passagem pela Europa, retornou ao Vasco para encerrar sua carreira.

Encontros e Desencontros: Juninho Contra o Sport

Em sua trajetória, Juninho enfrentou o Vasco uma vez vestindo a camisa do Sport, em 1994, em um empate sem gols. Posteriormente, transferiu-se para o clube carioca. Atuando pelo Vasco , Juninho enfrentou o Sport em cinco ocasiões, com um desempenho desfavorável: três derrotas, um empate e apenas uma vitória.

Um confronto marcante ocorreu em 1996, quando Juninho viveu uma noite de dualidade: marcou um dos gols do Vasco na derrota por 2 a 1, mas foi expulso no segundo tempo.

Em 2012, Juninho voltou a balançar as redes do Sport, cobrando uma falta na vitória vascaína por 2 a 0 na Ilha do Retiro. Na comemoração, Juninho , alvo de hostilidade da torcida rubro-negra, respondeu com beijos direcionados às arquibancadas.

No mesmo ano, no returno do Brasileirão, o Vasco sucumbiu à força do Sport em São Januário, sofrendo uma derrota por 3 a 0.

Os Confrontos de Juninho:

• Pelo Sport contra o Vasco: 09/11/1994 ? Sport 0 x 0 Vasco
• Pelo Vasco contra o Sport:
  • 13/09/1995 ? Sport 1 x 0 Vasco
  • 14/08/1996 ? Vasco 1 x 2 Sport
  • 25/07/1999 ? Sport 0 x 0 Vasco
  • 08/08/2012 ? Sport 0 x 2 Vasco
  • 04/11/2012 ? Vasco 0 x 3 Sport

No Vasco , Ademir escreveu um capítulo glorioso, integrando o lendário "Expresso da Vitória" em duas passagens: 1942 a 1945 e 1948 a 1956. Conquistou inúmeros títulos e se destacou na seleção brasileira, sendo o artilheiro da Copa do Mundo de 1950.

Em 1957, Ademir retornou ao Sport para encerrar sua carreira, em um amistoso contra o Bahia na Ilha do Retiro.