Paixão Cruzmaltina Além do Campo: Torcedores Vascaínos Celebram Cultura e Arte em Feira Autônoma

Celebração da Identidade Vascaína no Coração do Rio

Após a vitória por 3 a 1 sobre o Sport, o espírito vascaíno transcendeu as quatro linhas e se manifestou em uma vibrante celebração cultural. No Centro Cultural Candinho, local de fundação do clube, no histórico bairro da Gamboa, conhecido como "Pequena África" no centro do Rio de Janeiro, torcedores se reuniram para a segunda edição da "FAV: Feira Autônoma Vascaína".

O evento, idealizado por e para vascaínos, transformou o entorno da sede histórica em um palco de empreendedorismo e paixão clubística. Barracas coloridas exibiam uma variedade de produtos com a marca do Vasco, desde relíquias até criações contemporâneas.

A iniciativa demonstra a força da comunidade vascaína e sua capacidade de gerar ações independentes que valorizam a história e a cultura do clube. Trata-se de um movimento que resgata as raízes do Vasco e as projeta para o futuro, unindo gerações em torno de um ideal comum.

Artesanato, Moda e Música: Um Mosaico Cruzmaltino

A feira ofereceu um verdadeiro tesouro para os apaixonados pelo Vasco . Camisas antigas originais, peças de vestuário casuais, adesivos, quadros, pôsteres, álbuns, bonés, faixas e miniaturas do Almirante e de São Januário eram apenas alguns dos itens disponíveis nas tendas.

O "Studio da Colina", estúdio de tatuagem temático do Vasco , também marcou presença, oferecendo quadros exclusivos criados por seus tatuadores, além de camisas e outros produtos personalizados. A feira se consolidou como um espaço de expressão artística e criativa, impulsionada pela paixão pelo clube.

A música também teve um papel de destaque na FAV. Chico Chico, filho de Cássia Eller e notório vascaíno, abrilhantou o evento com sua apresentação. O grupo "Sambarreira", nascido nos arredores de São Januário, contagiou o público com seu samba de raiz, enquanto DJs animavam os intervalos com sets vibrantes.

Um Movimento Autônomo e Pioneiro

Vinicius Pinheiro, um dos idealizadores da FAV, destaca o caráter inovador da iniciativa: "A feira nasceu com essa ideia de ser autônoma, de ser uma autogestão dos próprios artistas vascaínos diante da necessidade de formar um rolê cultural dentro da torcida do Vasco . A gente sabe que a torcida do Vasco é pioneira em diversas frentes e não é diferente como agora. Salve engano, esse é o único movimento que a gente tem de torcida no Rio de Janeiro. Ele mexe com a cultura da arquibancada, com a cultura de rua, com a visão fotográfica, com a tatuagem, com o estilo casual. Ele agrega vários públicos".

A divisão igualitária dos custos de montagem entre os expositores reforça o espírito colaborativo e autossuficiente da feira. O sucesso da segunda edição pavimenta o caminho para a expansão do projeto, que almeja se tornar itinerante e alcançar um público ainda maior.

Legado e Futuro da FAV

João Vinicius Sousa, um dos expositores, ressalta a importância da história do Vasco na adesão da torcida a eventos culturais: "Sempre que tem um movimento cultural, uma parada que saia do aspecto do futebol, a nossa torcida abraça. Esses movimentos de rua, culturais, do grafite, da arte mesmo, essas coisas que são deixadas de lado na nossa sociedade, a gente abraça justamente pela história que o Vasco tem. Essa busca de encontrar o povo mesmo, da expressão, da vivência".

A FAV pode integrar a Expo Vasco , evento que celebra a história do clube. A ideia é unir os itens históricos da exposição aos produtos à venda na feira, proporcionando uma experiência completa para os torcedores.

Paulo Pires, expositor na FAV e um dos idealizadores da Expo Vasco , vislumbra um futuro promissor para a parceria: "A FAV é um evento muito importante para o vascaíno, acredito que tanto para quem trabalha com produtos relacionados ao clube como para o torcedor, que é muito engajado e consome bastante. E aqui no Candinho isso é sensacional pela história que tem por trás. É a segunda edição da FAV e estamos conversando para uma parceria com a Expo Vasco , para que os eventos aconteçam juntos. Haverá as exposições de itens históricos e a venda desses produtos voltados aos vascaínos".

O evento também serviu para comemorar o aniversário do Candinho e o Dia do Vascaíno, data oficializada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro e celebrada anualmente em 13 de abril.