Ex-Vasco na Copa do Mundo de Clubes: De Cria da Base a Ídolo Internacional

A primeira edição da Copa do Mundo de Clubes, um evento que promete redefinir o cenário do futebol internacional, destaca-se não apenas pela presença das maiores potências do esporte, mas também pela notável participação de atletas que, em algum momento de suas carreiras, defenderam as cores do Vasco da Gama. A Colina Histórica, berço de talentos e palco de histórias memoráveis, vê seu legado reverberar por diferentes continentes, com um total de treze ex-jogadores distribuídos entre equipes brasileiras e internacionais.

Essa expressiva representação sublinha a perene capacidade do clube carioca em formar e lapidar atletas, muitos dos quais alçaram voos significativos após suas passagens por São Januário. A seguir, uma análise detalhada desses profissionais, que agora buscam a glória máxima em seus respectivos clubes.

A Influência Cruzmaltina no Cenário Nacional do Mundial

A presença de jogadores com passado vascaíno em clubes brasileiros que disputam o Mundial é um testemunho da relevância que esses atletas conquistaram em solo nacional. Destacam-se nomes que, após deixarem o Gigante da Colina, consolidaram-se em outras agremiações de peso, inclusive rivais diretos.

Germán Cano (Fluminense): O atacante argentino, que vestiu a camisa do Vasco por duas temporadas, deixou sua marca com 43 gols em 101 jogos, credenciando-o como o sexto maior artilheiro do clube no século XXI. Sua saída, em dezembro de 2021, após desacordo na renovação, abriu caminho para sua ascensão no Fluminense, onde se tornou um ícone incontestável. Ao longo de quatro temporadas no tricolor, Cano solidificou sua reputação de goleador implacável, fundamental nas conquistas recentes de seu atual time.

Fábio (Fluminense): Um exemplo de longevidade e excelência, o experiente goleiro defendeu o Vasco por cinco temporadas, entre 2000 e 2004, acumulando 150 partidas oficiais. Aos 44 anos, Fábio mantém-se em atividade no mais alto nível, sendo o titular inquestionável da meta do Fluminense desde 2022, provando que a idade, para alguns, é apenas um detalhe diante de uma carreira brilhante.

Paulinho (Palmeiras): Outra joia forjada em São Januário, Paulinho foi negociado com o Bayer Leverkusen em 2018 por uma quantia expressiva, marcando sua saída do clube em julho daquele ano, ao completar 18 anos. Após cinco temporadas na Alemanha, foi transferido para o Atlético-MG em 2023, onde brilhou com 50 gols em 120 jogos e a artilharia do Campeonato Brasileiro em sua primeira temporada. No início deste ano, chegou ao Palmeiras, onde busca sua melhor forma física após uma fissura na tíbia, mas sua trajetória já o posiciona como um dos grandes nomes revelados pelo Vasco .

Allan (Botafogo): Cria da base vascaína, Allan atuou pelo clube até 2012, sagrando-se campeão da Copa do Brasil. Sua carreira internacional o levou por Udinese, Napoli, Everton e Al Wahda, antes de retornar ao Rio de Janeiro para defender o Botafogo. Atualmente, atua como reserva na equipe, somando 14 partidas em 2025.

Danilo Barbosa (Botafogo): Com grande parte de sua formação nas categorias de base do Vasco , Danilo Barbosa deixou o clube em 2014, após apenas nove jogos como profissional. Com vasta experiência no futebol europeu e uma passagem pelo Palmeiras, o volante cumpre sua quarta temporada no Botafogo. Assim como Allan , não figura entre os titulares sob o comando de Renato Paiva, registrando 13 jogos em 2025.

Rwan Cruz (Botafogo): Com uma passagem efêmera pelo Vasco em 2023, com apenas 32 minutos em campo, Rwan Cruz, que estava emprestado pelo Santos, não convenceu a comissão técnica. Sua trajetória, contudo, ganhou novo fôlego no Ludogorets, onde, a partir de 2023, viveu sua melhor fase, com 28 gols e 11 assistências em 81 jogos, tornando-se um dos dez maiores artilheiros da história do clube búlgaro antes de assinar com o Botafogo em fevereiro deste ano.

Talentos Vascaínos Brilham Além das Fronteiras

A lista de ex-vascaínos no Mundial de Clubes se estende além das fronteiras brasileiras, com sete jogadores defendendo equipes de destaque em diferentes ligas ao redor do mundo. Essa dispersão geográfica atesta a qualidade e a versatilidade dos atletas que passaram pelo sistema de formação do clube.

Andrey Santos (Chelsea): Revelado pela "Base Forte", Andrey fez sua estreia profissional pelo Vasco em 2021, deixando o clube dois anos depois em uma transferência para o Chelsea. Peça-chave no acesso à elite em 2022, o volante viveu sua melhor fase na Europa na atual temporada, atuando pelo Strasbourg, da França. Seu desempenho notável chamou a atenção do Chelsea, garantindo-lhe um lugar na lista do técnico Enzo Maresca para a Copa do Mundo de Clubes, um reconhecimento de seu rápido amadurecimento.

Douglas Luiz (Juventus): Também oriundo da formação vascaína, Douglas Luiz estreou em 2016 e contribuiu para a classificação da equipe à Pré-Libertadores no ano seguinte. No final de 2017, partiu para a Europa, passando por Girona e Aston Villa antes de chegar à Juventus em sua primeira temporada. No gigante italiano, ainda busca consolidação como titular, somando 26 partidas na temporada 2024/2025, sem participação direta em gols até o momento.

Carlos Palacios (Boca Juniors): Conhecido como "La Joya" em seu país natal, o chileno Carlos Palacios chegou ao Vasco em abril de 2022, disputando 24 partidas sem conseguir se firmar. Emprestado ao Colo-Colo no início de 2023, recuperou seu bom futebol. Em dezembro do ano passado, foi adquirido pelo Boca Juniors, em uma negociação que rendeu aproximadamente R$ 14,5 milhões ao clube de São Januário. Sua titularidade na estreia dos argentinos contra o Benfica no torneio demonstra sua valorização no cenário sul-americano.

Arthur Sales (Mamelodi Sundowns): Considerado uma promissora joia das categorias de base do Vasco , Arthur Sales teve uma passagem breve pelo profissional antes de ser vendido ao Lommel SK, da Bélgica, parte do Grupo City, em 2021. Teve uma nova oportunidade no Brasil pelo Bahia em 2023. Em sua primeira temporada na África do Sul, destaca-se no Mamelodi Sundowns, no grupo do Fluminense na Copa do Mundo de Clubes, com 38 jogos, nove gols e nove assistências.

Erick Farias (Ulsan Hyundai): Erick teve uma passagem curta pelo Vasco entre 2022 e 2023, com 16 jogos e um único gol. Retornou ao Ypiranga-RS, onde alcançou sua temporada mais artilheira, com 15 gols, despertando o interesse do Juventude. Após dois anos e meio no clube gaúcho, sua venda para o Ulsan, em março deste ano, consolidou-se. Na Coreia do Sul, apresenta uma média impressionante de nove gols em 15 partidas.

Yan Sasse (Espérance): O meia brasileiro teve uma passagem discreta pelo Vasco em 2019, com 18 jogos. Antes de chegar ao time tunisiano, Sasse defendeu Coritiba, América-MG e Wellington Phoenix, da Austrália. Foi titular e camisa 10 do Espérance na estreia com derrota por 2 a 0 para o Flamengo, pelo Grupo D, evidenciando sua trajetória em diferentes ligas.

Danilo Boza (Urawa Reds): Sua passagem pelo Vasco limitou-se a uma temporada na Série B de 2022, sem conseguir se firmar. Atualmente no Urawa Reds, foi titular na primeira partida do time japonês na Copa do Mundo de Clubes contra o River Plate, pelo Grupo E, mostrando sua adaptação ao futebol asiático.

A presença massiva desses atletas no Mundial de Clubes é um espelho da capacidade do Vasco em moldar jogadores que, independentemente de suas trajetórias futuras, carregam consigo a formação e a experiência adquiridas na Colina. Esse elenco diversificado, espalhado por diferentes continentes e competições, reafirma a relevância do clube carioca como um polo de desenvolvimento de talentos para o cenário global do futebol.