Análise Detalhada: Notas dos Jogadores do Vasco na Eliminação da Sul-Americana

A recente eliminação do Vasco da Gama na Copa Sul-Americana de 2025, após o confronto nos playoffs das oitavas de final contra o Independiente del Valle, deixou um gosto amargo na torcida e nos analistas. Em um desfecho que frustrou as expectativas, o desempenho individual dos atletas se tornou o foco de um escrutínio rigoroso. Em meio à decepção coletiva, algumas atuações merecem destaque, tanto pelo brilho quanto pela notável falta de impacto.

Nesta análise minuciosa, dissecamos o rendimento de cada jogador em campo, atribuindo notas baseadas na observação técnica e no impacto real durante a partida decisiva. É um momento de reflexão para o clube e para os torcedores, buscando compreender os pontos fortes e, sobretudo, as fragilidades que levaram a mais um revés continental.

O Contraste: Destaque e Decepção Individual

Em uma noite de resultados insatisfatórios, o meio-campista Tchê Tchê emergiu como um dos poucos pontos positivos. Sua atuação foi notável, talvez a mais consistente desde que vestiu a camisa cruzmaltina. Funcionando como o verdadeiro motor do setor intermediário, ele foi o principal arquiteto das ações ofensivas da equipe, demonstrando capacidade de criação e distribuição. Não por acaso, foi o jogador que mais sofreu faltas, evidenciando sua importância na dinâmica do jogo. O reconhecimento da torcida, que o aplaudiu calorosamente ao ser substituído, corrobora sua entrega e desempenho.

No polo oposto, a atuação de Rayan foi, sem dúvida, a mais criticada da equipe. Embora tenha demonstrado iniciativa ao arriscar finalizações de fora da área e se movimentar constantemente, sua performance foi indelével marcada por um lance crucial: a perda de um gol cara a cara com o goleiro adversário, aos 32 minutos do primeiro tempo. Um momento que, talvez, pudesse ter alterado o rumo da partida. A repetição de tais oportunidades perdidas sublinha uma dificuldade recorrente em ser decisivo em momentos-chave, um ponto que exige atenção.

No ataque, o centroavante Vegetti, à semelhança do confronto anterior contra o Grêmio, viu a bola chegar com frequência. Desta vez, conseguiu balançar as redes com uma bela cabeçada, fruto de um cruzamento preciso de João Victor. Além do gol, outras duas tentativas de cabeça, tanto no início quanto no fim do jogo, exigiram defesas espetaculares do arqueiro rival. Contudo, uma chance clara de desviar a bola de perna direita, dentro da área, foi desperdiçada aos 38 minutos. Apesar disso, sua entrega e participação o isentam de ser apontado como o principal responsável pela eliminação.

Análise Setorial: Defesa e Meio-Campo

Na retaguarda, o goleiro Léo Jardim teve uma noite relativamente tranquila, com poucas exigências diretas. No gol do Del Valle, sua intervenção era limitada. Houve um momento de risco ao tentar uma saída de bola com os pés, mas ele conseguiu se recuperar. No mais, defendeu uma finalização de Spinelli nos instantes finais, sem ser excessivamente testado ao longo da partida.

Paulo Henrique, na lateral, teve momentos de destaque e de falha. Sua velocidade foi fundamental para salvar o Vasco em pelo menos duas ocasiões, especialmente em recuperações defensivas onde Spinelli já estava adiantado. Chegou perto de marcar em uma boa oportunidade no segundo tempo. Contudo, no lance que culminou no gol do Independiente del Valle, sua marcação foi passiva, permitindo o avanço de Spinelli sem grande resistência.

Na zaga, João Victor buscou romper as linhas defensivas adversárias com conduções de bola desde a saída, um recurso diante de um Del Valle fechado. Não comprometeu defensivamente e foi o responsável pela assistência para o gol de Vegetti . No entanto, mais uma vez, o jogador foi alvo de vaias da torcida, indicando uma relação ainda conturbada com os adeptos. Hugo Moura, improvisado na lateral esquerda da zaga, enfrentou certa dificuldade em atuar com a perna trocada, mas conseguiu cumprir sua função sem grandes erros.

No meio-campo, Jair, uma das novidades na escalação inicial, atuou grande parte do tempo como o jogador mais recuado, auxiliando a defesa na construção das jogadas. Sua performance defensiva foi destacada, sendo o líder em desarmes da partida, com quatro roubadas de bola.

As Escolhas e o Banco: Substituições e Comando Técnico

As substituições no intervalo trouxeram Leandrinho para a lateral, que, embora mais acionado ofensivamente que Victor Luis, não conseguiu alterar significativamente o panorama da partida. Victor Luis, por sua vez, demonstrou falta de ritmo e insegurança com a bola nos pés, optando por passes laterais ou para trás e fazendo pouca diferença na primeira etapa, o que justificou sua saída. Garré, em aproximadamente meia hora em campo, arriscou alguns cruzamentos pela esquerda, mas carece de confiança para arriscar mais. David, à semelhança do jogo anterior, mostrou-se participativo e buscou o jogo, mas sua condição física ainda não permite que atue por 90 minutos, sendo uma peça que promete ser útil ao longo da temporada.

No ataque, Nuno Moreira cometeu um número elevado de erros técnicos, com 20 passes equivocados. Apesar de tentar participar e ter efetuado um cruzamento preciso para Vegetti , que resultou em uma defesa espetacular, não foi sua noite. Jogadores como Guilherme Estrella, Loide Augusto e Paulinho entraram no fim da partida, sem tempo hábil para receberem avaliação individual.

O técnico Fernando Diniz manteve a base da equipe dos jogos anteriores e optou por Hugo Moura na zaga. Sua escalação inicial pareceu condizente com o que tinha à disposição. O time conseguiu criar oportunidades, mas a reincidência na perda de chances claras de gol foi um fator determinante. As substituições realizadas demonstraram coerência, buscando alternativas para o ataque e o meio-campo.

Notas dos Jogadores e Comissão Técnica

A seguir, apresentamos a tabela detalhada com as notas atribuídas a cada jogador e ao técnico, com base nas observações da partida:

O desempenho coletivo, marcado pela ineficácia nas finalizações e por falhas pontuais, culminou na precoce despedida do torneio. A eliminação do Vasco da Gama da Copa Sul-Americana de 2025 serve como um doloroso lembrete da necessidade de aprimoramento em diversos setores, tanto individualmente quanto taticamente, para as próximas etapas da temporada.