Alex Teixeira: 20 Jogos Sem Gols no Vasco - Entenda o Mistério

A situação de Alex Teixeira no Vasco da Gama atinge um ponto crítico, gerando considerável insatisfação entre os torcedores. Após o recente confronto contra o Botafogo, o meio-campista completou uma marca desfavorável: vinte partidas consecutivas pelo Gigante da Colina sem qualquer contribuição direta, seja por gol ou assistência. Este período de inatividade produtiva em campo soma expressivos 706 minutos, alimentando o questionamento que ecoa das redes sociais e arquibancadas.

Ao analisar o panorama completo de sua atual passagem pelo clube, os dados se tornam ainda mais alarmantes. Desde seu retorno, Alex Teixeira disputou 27 jogos, e em apenas um desses confrontos ele conseguiu participar ativamente de uma jogada que resultasse em gol. Essa estatística sublinha a persistência de um padrão de desempenho que tem sido amplamente discutido e criticado pela massa vascaína.

O retorno de Alex Teixeira a São Januário em 2022 marcou o início de uma nova fase para o jogador. Contudo, o atleta enfrentou consideráveis dificuldades de adaptação, resultando em uma temporada de 2023 aquém das expectativas. Consequentemente, seu vínculo contratual não foi estendido para 2024, deixando-o sem filiação profissional por um semestre, até que um pedido específico de Coutinho viabilizou seu regresso ao clube cruzmaltino.

O Enigma do Camisa 90: Desempenho x Expectativa

A única exceção notável em sua trajetória recente ocorreu na 36ª rodada do Campeonato Brasileiro, em um embate contra o Atlético-GO. Naquela ocasião, Alex Teixeira foi o protagonista, marcando um gol e fornecendo uma assistência, salvando o Vasco de uma derrota em casa na estreia do interino Felipe. Esse momento de brilho, entretanto, permanece como um ponto isolado em meio a uma sequência de atuações discretas.

Apesar do histórico de pouca participação em lances capitais, Alex Teixeira tem sido uma presença constante nas escalações e substituições de todos os treinadores que passaram pelo Vasco desde sua volta. Rafael Paiva foi o técnico que menos o utilizou em termos de minutagem, optando por dar mais espaço a jovens talentos da base.

A Lógica dos Treinadores: Treinos que Não se Convertem

Felipe, por sua vez, foi o responsável por conceder a Alex Teixeira sua primeira sequência como titular no ano passado. Carille manteve o meia entre os onze iniciais no início do Campeonato Carioca, mas a chegada de novos reforços o relegou a uma posição secundária no elenco. Mais recentemente, Fernando Diniz, embora não o tenha escalado nos primeiros jogos, o utilizou nas últimas quatro partidas.

A justificativa que permeia as decisões de todos esses comandantes é unânime: a performance de Alex Teixeira nos treinamentos. Eles consistentemente afirmam que o jogador demonstra um desempenho de alto nível durante as atividades preparatórias, o que, para eles, justifica as oportunidades em campo. Diniz, em particular, defendeu sua escolha após a derrota para o Botafogo, explicando os motivos para a manutenção do atleta na equipe:

? O Alex Teixeira é um jogador que eu conheço de longa data. Quando jogou contra mim no Fluminense, eu sempre achei bom jogador. E nesse meio de treinamento, ele se destacou muito nos treinos. Então, por isso que ele teve oportunidade. Eu não posso só respeitar aquilo que aconteceu para trás recentemente, eu entendo a insatisfação, mas eu preciso ver o que está acontecendo no treino e ver se ele consegue confirmar no jogo. Então, por isso que ele tem recebido oportunidades, por isso que ele entrou hoje. Podia ter entrado ele; se estivesse com o placar empatado, provavelmente teria entrado o Garré ? explicou Diniz depois da derrota para o Botafogo.

O Dilema Tático: Além das Quatro Linhas do Treino

A declaração do técnico Diniz evidencia um dilema persistente no futebol: o abismo entre o que é demonstrado nos treinos e o que é entregue em campo durante as partidas oficiais. Enquanto a percepção dos treinadores sobre o desempenho de Alex Teixeira nos treinos é positiva, a realidade dos números e a frustração da torcida apontam para uma narrativa distinta. A questão que se impõe é se a aposta em um jogador com um histórico tão limitado de contribuições diretas em jogos decisivos pode ser sustentada a longo prazo, especialmente quando o Vasco busca resultados para ascender na tabela.