A Estratégia de Diniz no Vasco: Preservar ou Arriscar em Confrontos Chave?

O Club de Regatas Vasco da Gama se depara com uma encruzilhada tática para o embate de domingo (7) contra o Atlético, na Arena MRV, pela rodada final do Campeonato Brasileiro. A equipe cruzmaltina ainda busca solidificar sua posição na Copa Sul-Americana, necessitando de um simples empate para alcançar o objetivo. Contudo, a proximidade do primeiro desafio pela semifinal da Copa do Brasil, contra o Fluminense, agendado para a próxima quinta-feira (11) no Maracanã, impõe uma reflexão profunda sobre a composição do time. Como equacionar tais prioridades?

Essa indagação recai diretamente sobre Fernando Diniz, cuja filosofia de trabalho é notória por não favorecer o descanso de atletas. Em sua perspectiva, a continuidade nos treinamentos e a frequência em campo contribuem para o aprimoramento individual e coletivo. Sua concepção foi detalhada após a recente vitória expressiva do Vasco frente ao Internacional.

Diniz compartilhou sua abordagem singular:

"Eu tenho uma visão diferente de futebol em relação a números de fisiologia. A gente precisa ver, ler e entender. A gente gosta de generalizar muito. Não tem uma receita. É uma coisa de sentir. Essa visão eu acredito muito nela. Eu converso com os médicos, eu sei dos números, mas mais do que isso, eu preciso ver o que está acontecendo. Porque se não fosse assim, o Coutinho não ia ser o Coutinho que está sendo"

Ele complementou sua explanação, utilizando um exemplo concreto:

"Antes se via os números de fisiologia do Coutinho, aí pode jogar, não pode jogar, tira e sai, treinava pouco, jogava pouco e frequentava departamento médico. Agora ele treina muito, joga muito e não frequenta o DM. Então é uma visão diferente que eu tenho. Eu sigo aquilo que eu acredito e arrisco a minha pele o tempo todo. Isso posto, vamos avaliar jogo a jogo o que for melhor para o Vasco. Sempre vai ter um risco"

A Complexa Gestão de Elenco de Fernando Diniz

Apesar de sua convicção, a inclinação inicial de Fernando Diniz aponta para a utilização de sua formação mais robusta. Contudo, debates internos recentes revelaram uma ponderação por parte do técnico em preservar alguns atletas. Essa decisão não se baseia apenas na condição física, mas também na avaliação da capacidade dos suplentes em manter o nível de performance.

Dentro dessa perspectiva, alguns nomes surgem como potenciais candidatos a um período de descanso. Nuno Moreira, por exemplo, poderia ser preservado, dada a regularidade de David em campo. Similarmente, a situação de Vegetti merece atenção; embora o jovem atacante Rayan possa substituí-lo, Vegetti acumula mais de sessenta partidas na atual temporada e foi recentemente afastado por um desconforto na coxa direita, perdendo o triunfo contra o Red Bull Bragantino. A cautela é imperativa com o principal goleador da "Era Diniz".

No setor de meio-campo, Coutinho é outro nome que pode ser poupado, mesmo sem um substituto de características idênticas. Além de ultrapassar a marca de cinquenta jogos na temporada, a superfície artificial da Arena MRV é um elemento adicional de preocupação. Na retaguarda, a equipe já possui desfalques confirmados: Cuesta, devido a suspensão, e Lucas Piton, que se recupera de uma lesão ligamentar no joelho esquerdo.

Foto: (Matheus Lima/Vasco)

Considerações Finais e Possível Formação do Vasco

A decisão final sobre a composição da equipe será formalizada nesta sexta-feira, durante a penúltima sessão de treinamento antes do confronto com o Atlético, a ser realizada no CT Moacyr Barbosa. Uma possível formação, considerando as avaliações, poderia apresentar: Léo Jardim no gol; Paulo Henrique, Hugo Moura, Robert Renan e Puma Rodríguez na defesa; Barros, Thiago Mendes e Tchê Tchê no meio-campo; e Andrés Gómez, David e Vegetti no ataque.