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Vasco, Sul-Americana e a Queda que Revela Falhas Profundas

Por Redação FutVasco em 23/07/2025 03:11

Um empate que mais pareceu uma derrota selou o fim melancólico de uma jornada frustrante para o Vasco na Copa Sul-Americana. O clube não conseguiu sequer oferecer um único triunfo para sua apaixonada torcida, que, apesar de tudo, esteve presente em São Januário na noite de terça-feira, nem para a rica história da instituição. O placar agregado de 5 a 1 contra o Independiente del Valle é um veredito implacável, revelando falhas e responsabilidades que se estendem desde o elenco até os membros da diretoria.

A queda prematura na competição se torna ainda mais constrangedora ao considerarmos que a Copa Sul-Americana havia sido definida como a principal meta do Vasco para a temporada. Essa decisão, em retrospecto, evidencia um grave equívoco na avaliação da capacidade técnica do plantel, que, jogo após jogo, revela suas lacunas e a escassez de opções qualificadas. Mais ainda, denota um erro de planejamento estratégico: a opção por poupar atletas no Campeonato Brasileiro em detrimento da Sul-Americana resultou, ironicamente, em uma equipe que hoje flutua perigosamente na zona de rebaixamento da Série A, ocupando a 16ª posição.

As projeções iniciais apontavam para uma trajetória muito mais extensa e ambiciosa no torneio continental, com a possibilidade real de uma disputa pelo título. Contudo, a realidade da campanha foi marcada por uma sucessão de reveses, desilusões e momentos que envergonharam os torcedores. O erro fundamental residiu na priorização de um campeonato para o qual o Vasco nunca demonstrou real competência, nem mesmo na fase de grupos. A equipe permitiu um empate contra o Melgar em altitude, falhou em balançar as redes nos dois confrontos contra o Lanús e sofreu uma humilhação diante do Puerto Cabello na Venezuela.

A Ilusão do Apoio e a Realidade Crua

Apesar da goleada sofrida em Quito no jogo de ida e da iminência da eliminação, a massa cruzmaltina manifestou seu irrestrito apoio nos instantes iniciais da partida em São Januário. Diante de um adversário notavelmente superior e mais organizado ? tanto dentro quanto fora das quatro linhas ?, as arquibancadas reafirmaram, uma vez mais, seu amor incondicional. Desafiando todas as probabilidades, os cânticos entoavam a plenos pulmões a célebre alcunha de que o Vasco é o "time da virada", um epíteto que remete a épocas em que tal afirmação, de fato, se traduzia em resultados.

Com desfalques importantes, o técnico Fernando Diniz optou por escalar Hugo Moura na zaga e promover a entrada de Jair, buscando maior controle da posse de bola e qualidade na saída. O Vasco iniciou o confronto com ímpeto, determinado a abrir o placar precocemente. Duas oportunidades claras se apresentaram: Villar realizou uma defesa milagrosa em cabeçada de Vegetti logo aos nove minutos, e, aos 32, Rayan desperdiçou uma chance cara a cara com o goleiro equatoriano. Foi nesse instante que a ficha pareceu cair para os presentes: o tão aguardado milagre, talvez, não se materializaria. O fervor do apoio inicial começou a ceder lugar a uma palpável apreensão.

O Independiente del Valle, por sua vez, veio a São Januário com a estratégia de neutralizar a pressão inicial vascaína e explorar os contra-ataques. Após o bombardeio inicial dos donos da casa, os equatorianos gradualmente impuseram seu ritmo a partir dos 20 minutos. E o gol, inevitável, viria apenas quatro minutos após a chance perdida por Rayan . De uma jogada aérea, um roteiro já familiar: Mercado cobrou a falta na primeira trave, e Spinelli, com um mergulho certeiro, cabeceou no canto, sem chances para Léo Jardim. Foi o 25º gol sofrido pelo Vasco em jogadas pelo alto na temporada, colocando a equipe como a segunda mais vulnerável nesse quesito entre todos os times da Série A.

A Ruptura da Comunhão Cruzmaltina

O que antes era um apoio fervoroso transformou-se em uma estrondosa vaia no momento em que a equipe se dirigia aos vestiários, com a derrota parcial de 1 a 0 no placar. Gritos de protesto e xingamentos direcionados à diretoria, em especial ao presidente Pedrinho, ecoavam intensamente da área social e das arquibancadas. O segundo tempo transcorreu sem que uma única canção de incentivo fosse entoada. Em um gesto de repúdio, os torcedores posicionados atrás do gol das arquibancadas permaneceram de costas para o campo durante os primeiros minutos da etapa final. Pouco depois, o presidente Pedrinho foi novamente alvo de hostilidades, e vaias começaram a ser dirigidas diretamente a João Victor em campo.

Com a vantagem de cinco gols no placar agregado, o Del Valle limitou-se a cumprir o protocolo na segunda etapa. O Vasco , por sua vez, insistia em cruzamentos para a área, até que o gol de empate finalmente surgiu. João Victor lançou da intermediária, e Vegetti , em sua especialidade, completou de cabeça, aos 20 minutos. O zagueiro, que continuava a ser vaiado a cada toque na bola, fez um rápido gesto com as mãos nos ouvidos em direção à torcida na comemoração, o que enfureceu, principalmente, a área social, que presenciou a cena mais de perto. Este incidente adiciona mais um capítulo à coleção de atritos e demonstrações de desrespeito com a torcida. Questionado sobre as vaias na saída do estádio, João Victor , de forma contundente, afirmou que a torcida precisa confiar e, caso não o faça, ele "não pode fazer nada".

O Esgotamento Tático e o Foco na Sobrevivência

A partida seguiu seu curso de maneira protocolar até o apito final, com poucas oportunidades claras para um Vasco já resignado. A melhor chance viria aos 48 minutos, em nova cabeçada de Vegetti , mas Villar defenderia para assegurar o empate e manter o jejum de vitórias do Vasco , que já acumula quatro jogos sem um triunfo. O empate amplifica a sequência de resultados insatisfatórios sob o comando de Fernando Diniz, que parece demonstrar um esgotamento de estratégias para resolver os crônicos problemas defensivos da equipe e aprimorar o setor ofensivo. Em sua coletiva de imprensa, o treinador utilizou uma analogia para expressar seu limite:

Às vezes, você se cuida, faz exercício físico, não bebe álcool, dorme cedo e tem um ataque cardíaco e morre. A gente está fazendo tudo que é possível no Vasco. Se me espremer para sair mais uma gotinha para trabalhar, você não vai tirar. Porque tudo que eu tenho, eu tenho entregado e os jogadores estão seguindo comigo.

Sem a expectativa de grandes reforços, conforme o próprio técnico reiterou após o jogo, o Vasco terá, ao menos, uma competição a menos para se preocupar, podendo concentrar suas energias na sua verdadeira e atual realidade com o elenco disponível: afastar-se do espectro de um possível rebaixamento. Os equívocos de planejamento colocaram a zona da degola à sua porta. No próximo domingo, a equipe retornará ao campo em um desafio ainda mais árduo do que o Independiente del Valle, enfrentando o Internacional no Beira-Rio.

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Diego

Diego

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Comentado em 23/07/2025 07:30 Não dá pra seguir desse jeito, mano! Priorizar Sul-Americana e esquecer Brasileirão? Tá no Z-4, isso é tenso demais, tem que rever esse planejamento urgente! Vamos focar em sair dessa logo.
Rafael

Rafael

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Comentado em 23/07/2025 05:20 Aff, tá osso, mas Vasco é gigante, vai lá!
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