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Vasco: O Que Faltou Para a Vitória no Clássico da Copa do Brasil?
Por Redação FutVasco em 27/08/2025 23:41
O recente embate em São Januário, válido pelas quartas de final da Copa do Brasil, revelou a instabilidade que assola ambas as equipes nesta fase da temporada. O placar de 1 a 1, com alternância de controle das ações, reflete essa realidade. Embora o Vasco tenha demonstrado maior volume ofensivo e criado oportunidades mais claras, o Botafogo sai do confronto com um resultado mais favorável, especialmente considerando que a decisão da vaga para as semifinais ocorrerá no Nilton Santos, em duas semanas. Os gols de Arthur Cabral e Jair foram os pontos altos de um duelo repleto de nuances táticas. Apesar do empate em seu reduto, a torcida vascaína reconheceu o esforço e aplaudiu a equipe ao apito final.
Para a partida, Fernando Diniz, técnico do Vasco , precisou adaptar sua formação devido à ausência de Tchê Tchê, optando por Cauan Barros para compor a dupla de volantes com Jair . Hugo Moura manteve-se na zaga, enquanto Vegetti foi escalado no ataque, com David como opção no banco. Pelo lado do Botafogo, Davide Ancelotti surpreendeu ao posicionar Chris Ramos e Arthur Cabral centralizados no ataque, com Montoro e Artur atuando pelas laterais. Savarino iniciou no banco de reservas, e a equipe alvinegra contou com o retorno de John e Kaio ao time titular.
Estratégias Iniciais e O Gol Alvinegro
A partida em São Januário pode ser delineada em duas etapas distintas no primeiro tempo. Inicialmente, antes do gol de empate do Vasco aos 16 minutos, a equipe cruzmaltina enfrentava desafios para implementar seu esquema tático, evidenciando as mesmas falhas defensivas observadas no confronto anterior contra o Corinthians. O Botafogo, por sua vez, soube explorar com maestria essas fragilidades. A movimentação de Marlon Freitas, alinhado aos zagueiros na saída de bola, permitiu avanços coordenados de Vitinho e Alex Telles pelas laterais. Montoro e Artur, flutuando do centro para os lados, criaram dilemas para Paulo Henrique e Piton nos primeiros instantes da partida.
A falta de um encaixe defensivo adequado nas alas resultou em dificuldades para o Cruzmaltino conter as interações ofensivas do Botafogo, especialmente entre Artur e Vitinho pela direita, e Telles e Montoro pela esquerda. A intenção do time visitante era clara: explorar a capacidade aérea de Arthur Cabral e Chris Ramos na proximidade da área, e essa estratégia rapidamente rendeu frutos. Arthur Cabral, após um aviso aos cinco minutos, foi letal na sequência, convertendo um cruzamento preciso de Alex Telles. A falha defensiva foi notável, com Rayan incapaz de interceptar o passe para o lateral e de oferecer combate a tempo. Adicionalmente, a grande lacuna entre zagueiros e volantes expôs o centro da área, um "combo negativo" já lamentado em partidas anteriores. Hugo Moura , em particular, teve uma atuação abaixo do esperado no confronto direto com Cabral.
Reação Vascaína e Domínio Tático
O gol de empate do Vasco , anotado por Jair após uma bela jogada de Coutinho pela direita, não apenas impulsionou o ânimo da equipe, mas também marcou uma mudança na dinâmica do jogo. O Gigante da Colina passou a executar pressões eficazes na saída de bola do adversário. Com uma marcação que priorizava referências individuais no seu bloco defensivo, o Vasco forçou o Botafogo a cometer erros e a recorrer a ligações diretas. A equipe vascaína demonstrou superioridade na maioria dos duelos aéreos envolvendo Arthur Cabral e Chris Ramos, neutralizando uma das principais armas do oponente.
Automaticamente, o Vasco avançou mais vezes com a posse de bola para as imediações da área. Coutinho e Rayan ameaçaram com chutes de média distância, enquanto Vegetti cabeceou sem força um cruzamento de Paulo Henrique , e Nuno Moreira finalizou mal após receber de Coutinho. O volume ofensivo era inegavelmente vascaíno, inflamando a torcida presente em São Januário. Cauan Barros, em sua promissora reestreia, destacou-se pela recuperação de bolas e pela qualidade na distribuição de passes. Pela esquerda, Piton demonstrava boa sintonia com Nuno e Coutinho. Mesmo quando recuado em seu próprio campo, o Vasco conseguiu fazer os ajustes defensivos necessários, evitando ceder oportunidades com a bola rolando, embora ainda sofresse para conter o ímpeto adversário nas bolas paradas aéreas.
O Segundo Tempo: Pressão Intensa e Ajustes Cruciais
O retorno para a segunda etapa trouxe uma alteração forçada no Vasco : Paulo Henrique , com um problema na coxa, foi substituído por Puma Rodríguez, que rapidamente se integrou ao ritmo da equipe. O novo lateral-direito protagonizou duas excelentes jogadas em seu setor nos primeiros cinco minutos. Em uma delas, Coutinho exigiu uma boa defesa de John, e na sequência, Rayan acertou o travessão, evidenciando a persistência da pressão vascaína.
O Botafogo continuava a enfrentar dificuldades com a marcação pressão imposta pelo Vasco , e somente as intervenções decisivas do goleiro John impediram a virada. Ele defendeu uma cabeçada de Rayan , uma finalização à queima-roupa de Vegetti e um chute de Puma Rodríguez no canto esquerdo. Foram seis finalizações do Vasco nos dez minutos iniciais do segundo tempo, um sinal claro da intensidade com que a equipe buscava o gol da vitória.
Diante do cenário desfavorável, Davide Ancelotti finalmente realizou uma mudança crucial: Savarino entrou no lugar de Chris Ramos aos 12 minutos. A entrada do venezuelano se mostrou um divisor de águas, conectando melhor os setores da equipe alvinegra. Mais móvel, Savarino criou novas linhas de passe para os defensores e buscou a troca de passes com os volantes, o que foi suficiente para o Botafogo reequilibrar o confronto. Embora não tenha gerado chances com a mesma frequência que o rival, o time de General Severiano conseguiu aumentar seu tempo de posse de bola no campo adversário, aliviando a pressão.
Fadiga, Substituições e A Definição do Confronto
A queda física de alguns atletas do Vasco tornou-se evidente à medida que o tempo avançava. Fernando Diniz optou por esperar o máximo possível para substituir Coutinho e Nuno Moreira , que haviam tido atuações destacadas. Andrés Gómez e David foram acionados para tentar renovar o fôlego da equipe. Do lado botafoguense, Ancelotti respondeu tirando Artur e Montoro, introduzindo Matheus Martins e Newton. Danilo, então, passou a atuar pela direita, à frente de Vitinho.
Logo em seguida, Alex Telles sentiu a coxa, sendo substituído por Marçal. O Botafogo aproveitou a interrupção para promover a entrada de Allan no lugar de Marlon Freitas. Diniz, por sua vez, reuniu seus jogadores em uma espécie de "parada técnica" à beira do campo, buscando ajustar a estratégia, e inseriu Guilherme Estrella na reta final da partida, substituindo Rayan . Contudo, as alterações não resultaram em uma melhora significativa para os donos da casa. Cauan Barros, que teve uma boa exibição, também deixou o gramado sob aplausos nos acréscimos, dando lugar a Thiago Mendes. O Botafogo, nos minutos finais, ainda esboçou uma pressão, com sequências de roubadas de bola no campo de ataque e cruzamentos, mas não conseguiu criar nenhuma oportunidade real de gol no segundo tempo que justificasse uma vitória.
O empate em 1 a 1 em São Januário deixa a decisão da vaga em aberto para o jogo de volta no Nilton Santos. O Vasco , apesar de ter criado mais e demonstrado superioridade em boa parte do confronto, não conseguiu converter seu domínio em uma vantagem, o que pode ser crucial para o desfecho desta eliminatória da Copa do Brasil.
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