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Vasco no Mercado: Empréstimos e Vendas Redefinem o Elenco Cruzmaltino

Por Redação FutVasco em 03/09/2025 03:11

O recente fechamento do período de transferências no futebol brasileiro marca o fim de um ciclo intenso de movimentações para o Vasco da Gama. Longe de ser um período de inatividade, o clube vivenciou uma série de negociações, desde prolongadas disputas por reforços até rápidas transações. Ao final, a diretoria cruzmaltina contabiliza cinco novas aquisições, duas vendas significativas e alguns empréstimos, avaliando o desempenho no mercado como positivo.

Sob a liderança de um novo diretor de futebol e com a influência marcante de Fernando Diniz, a equipe de Pedrinho dedicou-se a preencher as lacunas identificadas no elenco. A reformulação da linha defensiva, com a chegada de uma nova dupla de zaga titular, e a adição de opções para o setor ofensivo foram prioridades. Esta primeira incursão de Admar Lopes no mercado vascaíno foi notável pela participação ativa do técnico e pela mudança no perfil das negociações, com a maioria dos atletas chegando por meio de empréstimos.

A Virada Estratégica: Empréstimos como Pilar de Reforço

A opção por empréstimos foi uma característica dominante. Quatro dos cinco jogadores contratados pelo Vasco chegaram sob este modelo, mas com variações consideráveis em suas estruturas, conforme detalhado abaixo:

Jogador Idade Tipo de Negociação Observações
Thiago Mendes 33 Definitivo Livre no mercado
Andrés Gómez 22 Empréstimo com opção de compra Obrigação após metas
Robert Renan 21 Empréstimo com opção de compra Opção após um ano
Carlos Cuesta 26 Empréstimo com opção de compra Opção após um ano e meio
Matheus França 21 Empréstimo sem opção ou obrigação de compra Sem opção de compra

A justificativa para essa alteração nas modalidades de negócio reside principalmente na situação financeira do clube. Com recursos limitados para grandes investimentos em aquisições, a gestão optou por acordos de empréstimo que incluem opções de compra futuras, aliviando a carga imediata sobre o caixa.

Comparativamente, no início do ano, o clube priorizou a contratação de jogadores sem custos para o meio-campo (como Tchê Tchê) e a defesa (Lemos, Oliveira e Freitas), enquanto direcionava investimentos para o ataque, com nomes como Loide, Garré e Nuno Moreira. Desses, apenas o atacante português conseguiu justificar o montante investido até o momento.

Outro ponto de inflexão foi o perfil dos atletas buscados. Robert Renan, Matheus França, Carlos Cuesta e Andrés Gómez representam uma geração jovem, com passagem por seleções de base e, no caso dos colombianos, presenças frequentes na seleção principal, buscando maior espaço para desenvolver seu potencial.

Capitalizando Vendas e a Influência da Nova Gestão Esportiva

Os dispêndios do Vasco nesta janela foram majoritariamente concentrados em taxas de liberação para os empréstimos. Contudo, o clube obteve um lucro considerável, aproximadamente 9,5 milhões de euros (equivalente a R$ 60 milhões), com as transferências de João Victor e Luiz Gustavo. Este capital foi crucial para a manutenção de jogadores importantes, como Rayan, e para a renovação de contratos de Coutinho e Léo Jardim, ações igualmente celebradas pela diretoria.

A chegada de Admar Lopes ao cargo de diretor de futebol, após a saída de Marcelo Sant'ana, marcou uma busca por maior dinamismo e proatividade no mercado. O nome do português emergiu após consultas na Europa, sucedendo a negativa de Rodrigo Caetano, então principal objetivo para a CBF.

Fernando Diniz, diferentemente de outros treinadores que passaram pelo clube, assumiu um papel central nas movimentações. Sua atuação não se limitou a sugerir nomes; ele participou ativamente de conversas, contatou atletas e foi fundamental para convencê-los a integrar o projeto vascaíno.

Os Alvos Específicos: Do Ataque à Defesa, Uma Busca Intensa

A direção demonstrou satisfação com as primeiras contribuições de Admar Lopes, especialmente pela sua agilidade em identificar e listar opções para a prioridade inicial: um atacante de velocidade. Com seu vasto conhecimento do futebol sul-americano, adquirido em sua experiência como scout, o diretor apresentou diversos nomes à comissão técnica. Entre eles, Andrés Gómez, do Rennes, recebeu o aval de Diniz e Pedrinho.

A negociação para trazer o atacante colombiano, frequentemente convocado para sua seleção, não foi simples. O Vasco precisou persuadir o Rennes a emprestar um jogador que, um ano antes, havia custado 10 milhões de euros. A demora de um mês para o sinal verde dos franceses refletiu a complexidade. Contudo, após intervenções diretas de Diniz e de outros jogadores colombianos com passagens pelo Brasil, Andrés Gómez vislumbrou no Vasco uma oportunidade de maior visibilidade e frequência nas convocações. Uma "novela" com desfecho favorável.

Paralelamente à busca pelo atacante de lado, o Vasco também procurou fortalecer o meio-campo. A posição, que contava com Hugo Moura e Tchê Tchê como titulares, e Jair, Paulinho e Cocão com desempenho abaixo do esperado, demandava um reforço. Thiago Mendes, um nome familiar a Admar Lopes desde os tempos de Lille, foi a indicação. Pedrinho e Diniz aprovaram a contratação do atleta, que chegou sem custos após deixar o Al-Rayyan, do Catar.

Outra adição para o setor foi um velho conhecido: Cauan Barros. O volante, que estava emprestado ao América-MG, atraiu o interesse do Cruzeiro, mas o Vasco recusou as propostas. Com o desejo de Diniz de contar com o jogador, o clube negociou o retorno antecipado do "cria de São Januário" ao Rio.

A Saga do Zagueiro: Uma Solução Encontrada na Reta Final

A busca por um defensor central revelou-se a mais intrincada das negociações. Inicialmente, com as atuações de João Victor , Lucas Freitas e Luiz Gustavo , a diretoria não via a necessidade de uma nova contratação para a zaga. Essa percepção mudou drasticamente após a Copa do Mundo de Clubes, período em que o Vasco acumulou uma sequência de sete partidas sem vitórias.

A partir daí, a posição foi elevada à condição de prioridade máxima no mercado. As negociações com Carlos Cuesta, que pareciam bem encaminhadas, sofreram um revés devido a uma possível transferência para o Spartak Moscou. O clube, então, enfrentou inúmeras recusas no mercado, com nomes como Nino, Tormena, Joaquim, Nathan Silva e Léo Duarte não chegando a um acordo.

Quando a situação parecia desfavorável, a negociação entre Cuesta e o Spartak não se concretizou. O Vasco , com renovado ímpeto, retomou as conversas com o zagueiro colombiano e conseguiu finalizar a contratação na última semana da janela. A persistência, após uma longa espera, finalmente rendeu frutos.

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