Vasco e Vegetti: Entenda a Mudança Tática e o Impacto nos Cruzamentos

O retorno do centroavante Pablo Vegetti ao elenco titular do Vasco, na recente derrota para o Juventude, após cumprir suspensão que o afastou da goleada sofrida contra o Santos, evidenciou uma marcante alteração nas características do sistema ofensivo da equipe comandada por Fernando Diniz. Essa modificação tática ficou notória pelo incremento exacerbado de tentativas de bolas alçadas na área adversária.

No embate disputado no Alfredo Jaconi, o Gigante da Colina praticamente triplicou o volume de bolas levantadas em comparação direta com o confronto no Morumbis. Desconsiderando as cobranças de escanteio, o time efetuou um total de 24 cruzamentos em direção à meta do Juventude, com a maioria dessas investidas buscando precisamente Vegetti , reconhecido por sua perícia no jogo aéreo.

Contudo, nenhuma dessas inúmeras tentativas se converteu em lances de real perigo para o goleiro Jandrei. O atacante argentino, por sua vez, registrou apenas uma finalização durante toda a partida, e esta ocorreu em uma jogada rasteira, aos 17 minutos da primeira etapa. O arremate de perna esquerda, naquele momento, passou longe do alvo.

A Estratégia Aérea: O Retorno de Vegetti e a Tática Cruzmaltina

Em contrapartida, no jogo contra o Santos, o Vasco havia realizado apenas dez cruzamentos. Curiosamente, dois dos gols marcados naquela partida tiveram origem em jogadas aéreas, mesmo com a ausência do principal cabeceador da equipe. Lucas Piton inaugurou o placar após um cruzamento de Nuno Moreira, e David ampliou em um voleio, aproveitando uma bola levantada pelo lateral-esquerdo.

David havia sido a escolha de Fernando Diniz para substituir o argentino no embate contra o Santos, e a linha de frente, mais leve, optou por articulações com passes curtos e movimentações pelo chão. O camisa 7 atuou predominantemente pelo flanco esquerdo, com Nuno Moreira e Coutinho flutuando por dentro, precisamente na zona do campo de ataque onde habitualmente Vegetti se posiciona.

A goleada acachapante sofrida no Morumbis, que se tornou a maior da história do confronto entre Santos e Vasco , intensificou os questionamentos por parte da torcida acerca da titularidade de Vegetti . A partida em São Paulo marcou a primeira ocasião em que o argentino não iniciou um jogo sob o comando de Diniz, que, mesmo após a derrota para o Juventude, reiterou sua confiança no centroavante em coletiva de imprensa.

A Perspectiva do Treinador: Diniz e a Confiança em Vegetti

?Não é insistência. O Vegetti fez ótimas partidas. Ele é o artilheiro do time, inclusive comigo, não é só antes de eu chegar. Não dá para jogar a culpa só no Vegetti , o time todo foi mal. Jogou bem contra o CSA com o Vegetti em campo, podia ter feito 6 a 0 no primeiro tempo. Contra o Atlético-MG também não jogamos mal, o Vegetti não jogou mal, era para termos vencido.?, defendeu o técnico, sublinhando a performance coletiva da equipe.

Diniz ainda complementou sua argumentação: "Obviamente que dá para jogar sem o Vegetti , mas não dá para fazermos uma análise de uma maneira linear e achar que o Vegetti não pode jogar de titular". Essa declaração reforça a complexidade da análise tática e a visão do treinador sobre a versatilidade do elenco .

Vegetti foi substituído por GB aos 12 minutos da etapa final do jogo contra o Juventude, marcando a saída mais precoce do argentino em uma partida nesta temporada. Em toda a temporada de 2025, o centroavante foi retirado de campo em apenas oito dos 41 jogos disputados. Ele foi titular em 17 das 18 partidas sob o comando de Fernando Diniz e figura como o segundo atleta de linha com mais minutos em campo desde a chegada do técnico em sua atual passagem pelo Vasco , iniciada em 13 de maio, na partida contra o Lanús. Ademais, o argentino se destaca como o artilheiro da equipe nesse período, com sete gols assinalados.