Vasco: Cuesta e Robert Renan Lideram Reformulação Defensiva Crucial

O setor defensivo do Vasco, uma área historicamente sob intenso escrutínio e pressão nos últimos anos, passou por uma reestruturação profunda na janela de transferências que se encerrou recentemente. Há um padrão de fragilidade evidente na zaga, com jogadores que não conseguiram atender às expectativas iniciais e falharam em transmitir segurança aos torcedores, gerando um problema crônico que o clube busca, enfim, solucionar.

Um Setor Defensivo Sob Pressão: A Urgência da Mudança

Nesse cenário de busca por solidez, as chegadas de Robert Renan e Carlos Cuesta representam os pilares dessa renovação. O zagueiro colombiano foi apresentado e desembarca com a plena aprovação da comissão técnica de Fernando Diniz, além da confiança da diretoria, para preencher a lacuna na lateral direita da defesa. Cuesta era, de fato, a principal escolha de Admar Lopes e do treinador desde o início do período de negociações.

Cuesta, ao comentar sobre a responsabilidade de endereçar as fragilidades defensivas, demonstrou confiança na coletiva de apresentação:

"Sobre a responsabilidade (de resolver o problema crônico da defesa), não é algo que me preocupa. Se o Vasco me procurou é porque sou um jogador de 26 anos que tem certa experiência e que vai dar segurança para a defesa. Do contrário, não me procurariam. Então isso não me preocupa, vou trabalhar para estar muito bem na defesa com os meus companheiros."

A lateral direita da defesa era vista como uma carência urgente a ser resolvida nesta mesma janela, especialmente após a saída de João Victor, transferido para o CSKA Moscou, na Rússia. A transação, conforme revelado por Admar Lopes, não estava nos planos iniciais da diretoria, mas o atleta expressou seu desejo de deixar São Januário após uma proposta russa, influenciado por discussões familiares e pelo desgaste acentuado com a torcida.

Foto: ( Dikran Sahagian / Vasco da Gama)

Cuesta e a Missão de Estabilizar a Linha de Fundo

Assim como Cuesta, Robert Renan teve sua contratação finalizada na última semana, impulsionada pela indicação de Diniz, que desempenhou um papel fundamental em convencê-lo sobre o projeto do Vasco . O zagueiro canhoto é reconhecido por sua habilidade na saída de bola e chega como um substituto imediato para Luiz Gustavo, que foi negociado com o Bahia também nesta janela.

Do grupo de defensores que iniciaram o ano, apenas Lucas Freitas mantém sua posição no elenco. O jogador, inicialmente contratado como a quarta opção para a zaga no começo da temporada, tem sido uma grata surpresa. Sua atuação foi decisiva na vitória do Vasco por 3 a 2 sobre o Sport, onde sofreu o pênalti que resultou no segundo gol e salvou um chute de Derik Lacerda sobre a linha, impedindo o empate adversário nos minutos finais.

A Nova Dinâmica da Zaga: Chegadas e Saídas Estratégicas

Por outro lado, Maurício Lemos, cuja contratação em 2025 gerou grande expectativa para o setor, encontra-se afastado e não tem sido relacionado por Fernando Diniz há cinco partidas. Além das negociações de João Victor e Luiz Gustavo , o clube já havia emprestado Lyncon ao Volta Redonda no mês anterior e rescindido os contratos de Capasso e Souza em maio.

Com um número reduzido de zagueiros de ofício disponíveis, Hugo Moura foi adaptado para a função e tem atuado ao lado de Lucas Freitas nas últimas partidas. Agora, a expectativa reside na formação de uma nova dupla titular após um período de adaptação, visando finalmente solucionar uma falha crônica na defesa. O Vasco detém o lamentável recorde de ser a defesa mais vazada entre todos os times da Série A na temporada, com 60 gols sofridos.

A tabela a seguir ilustra a movimentação recente de defensores que deixaram o clube ou foram afastados:

O Calvário Defensivo: Investimentos Frustrados e o Alto Preço

Desde o retorno à elite do Campeonato Brasileiro, o Vasco tem enfrentado sérios desafios para corrigir as deficiências em seu sistema defensivo. O clube demonstrou incapacidade de estabelecer uma dupla de zaga confiável ou mesmo de manter um único zagueiro como unanimidade por mais de seis meses.

João Victor , a aquisição mais cara da história do clube, com um investimento de aproximadamente R$ 38 milhões, encerrou 2024 como titular, mas jamais correspondeu à elevada expectativa. A parceria com Léo, contratado em 2023 por R$ 16 milhões, terminou a temporada sob intensos questionamentos. Medel e Maicon, que chegaram em fim de contrato, tiveram um bom desempenho no segundo semestre de 2023, mas viram sua produção decair. Capasso, um investimento de R$ 8 milhões, nunca se firmou. Rojas e Robson Bambu, em seus empréstimos, não deixaram marcas positivas no clube.

Todos os jogadores citados já deixaram São Januário. O presidente Pedrinho estabeleceu a defesa como uma das principais prioridades no início do ano, resultando na contratação de Maurício Lemos, Lucas Oliveira e Lucas Freitas . Contudo, as vulnerabilidades no sistema persistiram ao longo do primeiro semestre, e o elenco agora passa por uma nova e crucial reformulação na tentativa de, finalmente, sanar este problema histórico e persistente na defesa vascaína.