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Vasco Condenado: FIFA Determina Pagamento de Milhões a Ramón Díaz – Entenda o Caso e Recursos
Por Redação FutVasco em 27/05/2025 12:21
O cenário jurídico do futebol brasileiro ganha mais um capítulo complexo com a recente decisão da FIFA envolvendo o Club de Regatas Vasco da Gama e seu ex-treinador, Ramón Díaz, juntamente com seu auxiliar-técnico, Emiliano Díaz. A entidade máxima do futebol mundial proferiu uma condenação em primeira instância que obriga o clube carioca a desembolsar uma quantia superior a R$ 30,5 milhões para a dupla argentina. Esta sentença, contudo, ainda é passível de revisão, e o Vasco já sinalizou sua intenção de buscar a reversão no Tribunal Arbitral do Esporte (CAS).
A controvérsia que culminou nesta ação legal remonta à abrupta saída de Ramón e Emiliano Díaz da comissão técnica do Vasco . O desligamento ocorreu em 27 de abril de 2024, imediatamente após uma severa derrota por 4 a 0 para o Criciúma. Desde então, as narrativas sobre o que realmente aconteceu divergiram significativamente, gerando um imbróglio que agora se traduz em cifras milionárias.
Divergência de Narrativas: O Ponto Central do Litígio
A essência do conflito reside na interpretação dos fatos que culminaram na desvinculação dos treinadores. Minutos após o vexame em campo, o Vasco da Gama utilizou suas plataformas oficiais nas redes sociais para anunciar que a dupla "não fazia mais parte da comissão técnica". A concisão da nota, no entanto, não ofereceu detalhes sobre a natureza do rompimento, se foi por demissão ou pedido de saída.
A resposta da família Díaz veio pouco mais de uma hora depois, por meio de um pronunciamento que expressava surpresa e descontentamento. A dupla técnica afirmou categoricamente que não esperava "ser demitida pelo Twitter", indicando que a comunicação oficial do clube foi a primeira e inesperada notificação de seu desligamento. Este ponto se tornou central na argumentação da família Díaz, sugerindo uma demissão sem justa causa ou formalização adequada.
Em contrapartida, a versão apresentada pelo clube defende que os próprios treinadores comunicaram ao gerente de futebol, Clauber Rocha, a intenção de se desligar imediatamente após o término da partida. Essa decisão teria sido reiterada à diretoria e, posteriormente, ao então CEO do clube, Lúcio Barbosa. O Vasco foi oficialmente notificado em julho do ano anterior para apresentar sua defesa no processo instaurado pela família Díaz na FIFA, dando início à batalha legal que agora chega à sua primeira sentença.

A Sentença da FIFA e os Valores Envolvidos
A decisão de primeira instância da FIFA representa um revés financeiro significativo para o Vasco . A condenação total ultrapassa os R$ 30,5 milhões, e a família Díaz argumentou a necessidade de compensações substanciais, divididas entre multa rescisória e verbas trabalhistas não pagas. Os valores, conforme apurado por veículos de imprensa especializados, são distribuídos da seguinte forma:
Profissional | Tipo de Verba | Valor Original | Valor em Reais (aprox.) |
---|---|---|---|
Ramón Díaz | Multa Rescisória | R$ 15.715.072,60 | R$ 15.715.072,60 |
Ramón Díaz | Verbas Rescisórias | R$ 866.528,36 | R$ 866.528,36 |
Emiliano Díaz | Multa Rescisória | US$ 2.348.016,30 | R$ 13.300.000,00 |
Emiliano Díaz | Verbas Rescisórias | R$ 644.863,87 | R$ 644.863,87 |
É importante notar a expressividade dos valores, especialmente a multa rescisória de Emiliano Díaz, que, embora em dólar, representa uma parcela considerável da condenação total, refletindo a complexidade dos contratos e as implicações de um desligamento não consensual.
A Estratégia do Vasco: Recurso e Ação de Regresso
Diante da decisão da FIFA, o Vasco da Gama não se resigna. O clube manifestou confiança na reversão da sentença e já anunciou que levará o caso ao Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), a instância máxima na resolução de disputas esportivas. A expectativa é que o CAS possa reavaliar as provas e argumentos apresentados, possivelmente alterando o veredito inicial ou, ao menos, modulando os valores da condenação.
Adicionalmente, o Vasco já delineou uma estratégia de contingência para o caso de a decisão se manter desfavorável. O clube pretende ingressar com uma ação de regresso, buscando responsabilizar os antigos administradores que estavam à frente da gestão na época da saída dos treinadores. Essa medida visa direcionar a responsabilidade financeira para as entidades e indivíduos que, segundo o clube, teriam contribuído para a situação. Entre os citados estão a 777 Partners e a A-CAP, empresas que detinham o controle do futebol vascaíno, além do ex-CEO Lúcio Barbosa e da ex-CFO Katia dos Santos. Tal movimento sublinha a intenção do Vasco de proteger seus ativos e imputar as consequências financeiras a quem considera responsável pela gestão do caso.
Implicações Futuras e o Cenário do Futebol Brasileiro
Este caso não é isolado e reflete uma tendência crescente de judicialização das relações contratuais no futebol, onde desentendimentos sobre desligamentos e compensações financeiras se tornam cada vez mais comuns. Para o Vasco , a condenação, mesmo em primeira instância, representa um ônus financeiro significativo que pode impactar o planejamento e os investimentos futuros, especialmente em um momento de reestruturação.
A postura do clube em recorrer ao CAS e, simultaneamente, planejar uma ação de regresso contra gestões anteriores, demonstra uma tentativa de mitigar danos e redefinir responsabilidades dentro da estrutura organizacional. O desfecho deste litígio terá um impacto direto nas finanças do Vasco e servirá como um lembrete contundente sobre a importância da clareza contratual e da gestão de crises em um ambiente tão volátil quanto o do futebol profissional.
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