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Vasco: A Escolha Tática de Diniz com Matheus França e o Desafio dos Volantes

Por Redação FutVasco em 06/11/2025 08:01

A recente partida do Vasco contra o Botafogo, que culminou em uma derrota por 3 a 0 pela 32ª rodada do Brasileirão, trouxe à tona mais uma vez uma decisão tática controversa do técnico Fernando Diniz. Pela segunda ocasião consecutiva, Matheus França foi deslocado para atuar como segundo homem do meio-campo, em uma tentativa de injetar maior poder ofensivo na equipe. O meia-atacante, que entrou após o intervalo substituindo Tchê Tchê, não conseguiu, contudo, ter uma atuação que justificasse a mudança, permanecendo discreto em campo.

Essa reincidência na improvisação de França, um jogador com características claramente ofensivas, expõe uma questão mais profunda no elenco cruzmaltino: a diminuta utilização de volantes de ofício e a aparente alteração de status desses atletas para a próxima temporada. Tal estratégia não apenas fragiliza o setor de contenção, como também sugere uma falta de confiança ou de alternativas consideradas ideais para a função.

A Escolha Tática de Fernando Diniz

A decisão de Diniz de posicionar França em uma área que não é sua de origem, buscando uma maior projeção ofensiva, parece não ter surtido o efeito desejado. O próprio treinador se pronunciou sobre o assunto, tentando esclarecer os motivos por trás de sua opção, que já havia sido testada sem sucesso contra o São Paulo, no domingo anterior. O meio de campo do Vasco, ao invés de ganhar força, demonstrou ainda mais vulnerabilidade, contribuindo para a ampliação do placar adverso no segundo tempo.

"O sistema não mudou. O França entrou na vaga do Tchê Tchê. Eu queria que o time ganhasse uma característica mais ofensiva para tentar empatar o jogo. Ele (França) não é um jogador que veio para essa posição. Mas nas condições em que ele entrou e pelo o que estava desempenhando na semana, na minha cabeça ele teria que entrar para a gente ter mais chance de ganhar o jogo. Ele não saiu jogando de oito, entrou porque a gente precisava ganhar o jogo."

A declaração de Diniz, ao mesmo tempo em que justifica a necessidade de virar o jogo, também sublinha a percepção de que França não é um especialista na função. No entanto, o treinador reforça sua confiança no atleta para a posição, conforme complementou:

"Se eu estou colocando ele (Matheus França) é porque acho que ele está à frente (na briga pela posição)."

Volantes de Ofício à Margem: O Cenário Atual

O panorama atual do meio-campo vascaíno revela uma série de jogadores com experiência na posição de volante ou segundo homem que estão recebendo pouquíssimas oportunidades. Este cenário levanta questionamentos sobre o planejamento e a gestão do elenco , especialmente considerando o histórico recente de alguns desses atletas.

Paulinho, por exemplo, figura como um dos casos mais emblemáticos. Peça fundamental na campanha de 2023, que culminou na permanência do Vasco na elite do futebol brasileiro, o meia sofreu uma grave lesão no joelho no ano passado. Desde seu retorno, suas aparições em campo têm sido esporádicas. Sua última participação foi nos minutos finais de um jogo contra o Ceará, em meados de setembro. Com Diniz no comando, Paulinho sequer figurou entre os titulares; sua última partida iniciando um confronto foi em maio, contra o Vitória.

Mateus Carvalho segue uma trajetória similar. Apesar de ter acumulado 50 partidas pelo Vasco na temporada anterior, formando uma dupla consistente com Hugo Moura no meio-campo, seu status mudou drasticamente. Na derrota para o Botafogo, permaneceu no banco. Embora tenha um pouco mais de tempo em campo sob a gestão de Diniz do que Paulinho , está muito distante da titularidade que ostentava. Seu último jogo como titular com o atual técnico foi há mais de dois meses, em um empate com o Ceará.

Thiago Mendes, a primeira contratação da última janela de transferências, também enfrenta uma escassez de oportunidades. Com a capacidade de atuar tanto como primeiro quanto como segundo volante, o jogador chegou a passar dois meses sem entrar em campo. Sua participação no confronto recente foi apenas nos minutos finais, atuando ao lado de Hugo Moura . Em oito jogos pelo Vasco , somente um foi como titular.

A situação é agravada pela ausência de Jair, outro volante de peso no elenco , que sofreu uma grave lesão ligamentar no joelho e só deverá retornar na próxima temporada, após cirurgia.

O Declínio de Tchê Tchê e o Futuro do Meio-Campo

Além da questão da improvisação de Matheus França e da subutilização de outros volantes, Diniz também abordou o desempenho de Tchê Tchê. O treinador reconheceu uma queda de rendimento do jogador, justificando sua substituição no intervalo contra o Botafogo.

"- O Tchê Tchê no primeiro tempo achei que ele não estava bem e troquei. Se estivesse bem, não teria saído. O melhor momento da carreira do Tchê Tchê foi aqui no Vasco, na minha avaliação, antes de ele se machucar. Ele estava muito bem, e a expectativa é que volte a jogar. Faz dois meses. E um jogador que conhece muito o sistema e a posição."

O desafio de recuperar Tchê Tchê, que Diniz considera ter tido seu auge no próprio Vasco antes de uma lesão na coxa em setembro, soma-se ao complexo cenário do meio-campo. A busca por um equilíbrio tático e a redefinição de papéis para os volantes de ofício serão cruciais para as próximas rodadas. O Vasco tem um compromisso marcado para o próximo sábado, às 18h, em São Januário, onde enfrentará o Juventude pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. Este confronto será mais uma oportunidade para observar as escolhas de Diniz e a performance do time.

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