Vasco 6 x 0 Santos: Goleada Histórica Marca Virada de Chave no Brasileirão

A tarde do dia 17 de agosto de 2025 ficará gravada indelevelmente na memória do torcedor vascaíno. O que se presenciou foi uma exibição de força, culminando em uma vitória por 6 a 0 sobre o Santos, um placar que não apenas se tornou a maior goleada no histórico deste embate, mas também catapultou o time para fora da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Este triunfo colossal insuflou um ânimo renovado, fundamental para dissipar de vez a fase desafiadora que a equipe vinha enfrentando na temporada.

No palco do Morumbis, a formação comandada por Fernando Diniz revelou sua faceta mais contundente. Após assumir a dianteira com méritos, e superar um breve período de pressão no início da etapa complementar, o Vasco demonstrou uma superioridade inquestionável. Cinco gols foram anotados em um lapso de apenas dezesseis minutos, evidenciando uma precisão no aproveitamento das chances criadas que, inegavelmente, fez falta em confrontos recentes. Desta vez, a rede balançou ? não uma, nem duas... mas seis vezes.

A Redescoberta da Eficácia Ofensiva

Em sua coletiva pós-jogo, o técnico Fernando Diniz sustentou que, em sua essência, a equipe não alterou fundamentalmente sua forma de atuar em comparação com embates anteriores. Dados estatísticos corroboram, em parte, essa perspectiva. Contra o Santos, o conjunto cruzmaltino totalizou 14 finalizações, com nove delas direcionadas ao gol de Gabriel Brazão. Contudo, em duelos recentes, o Vasco gerou um volume ainda maior de oportunidades: 16 contra o Atlético-MG, 15 contra o Internacional, 28 frente ao Grêmio, 15 na partida de volta da Sul-Americana contra o Independiente del Valle, e impressionantes 19 e 23 nos dois confrontos das oitavas da Copa do Brasil contra o CSA.

A despeito desse volume ofensivo superior em jogos passados, o Vasco havia obtido êxito em apenas um desses confrontos mencionados. A distinção primordial reside na concretização das jogadas. A performance diante do Santos não se destacou pelo número bruto de finalizações, mas pela letalidade e eficiência na conclusão.

A seguir, um comparativo da eficiência vascaína:

Flexibilidade Tática e o Impacto das Escolhas

Um aspecto notável foi a forma articulada e inventiva com que o Vasco orquestrou seus gols. Em sua primeira partida sem Pablo Vegetti, o capitão e principal artilheiro da equipe na temporada, com 22 tentos, que cumpria suspensão, o Gigante da Colina exibiu uma leveza inegável em seu setor de ataque. Ao adentrar o terço final do campo, o time demonstrou uma variedade de recursos que transcendia a mera dependência de cruzamentos para a área adversária.

David, o eleito por Diniz para substituir o argentino, não atuou como um centroavante fixo. Sua performance foi além de um belo gol, contribuindo com assistências para outros dois tentos, de uma maneira que Vegetti dificilmente conseguiria replicar. Seria sua presença no banco a panaceia para todos os desafios do Vasco ? Certamente não. Contudo, a produção ofensiva desimpedida observada neste domingo deve, no mínimo, suscitar um questionamento na mente do comandante técnico.

O Impulso para uma Nova Trajetória

Esta não foi uma simples vitória, um mero resultado para somar três pontos na tabela de classificação. É a primeira vez que o Vasco triunfa por uma diferença de seis gols em uma partida de Campeonato Brasileiro desde 2001, quando aplicou um 7 a 1 no São Paulo. A última ocasião em que havia marcado seis gols foi no 6 a 1 sobre o Atlético-MG em 2008. O que se desenrolou neste domingo é, sem dúvida, um evento raro no futebol nacional.

Por tal motivo, essa proeza pode atuar como um poderoso catalisador para sacudir o Vasco , que, antes deste embate, havia vencido apenas um dos seus últimos nove jogos. A equipe alcançou os 19 pontos no Brasileirão, deslocando o Vitória para a zona de rebaixamento (ambos possuem a mesma pontuação, mas o clube carioca detém um número superior de vitórias). A impressão deixada é a de que o time é capaz de almejar mais do que apenas a permanência na elite.

O Domínio Absoluto no Gramado

O Vasco demonstrou superioridade desde os instantes iniciais do confronto. Realizou um primeiro tempo de alta qualidade no Morumbis. Superou com maestria o breve período em que o Santos deteve maior posse de bola e tentou ditar o ritmo, nos minutos inaugurais. A partir dos dez minutos, o controle da partida passou integralmente para os pés do cruzmaltino. Diferentemente de embates anteriores, a saída de bola da equipe de Fernando Diniz funcionou com notável eficácia, permitindo que o time superasse a pressão adversária e ganhasse terreno no campo.

Aos 18 minutos, o Vasco capitalizou seu melhor momento na partida e inaugurou o placar em uma jogada construída com fluidez, de pé em pé. A ação teve início com David pela esquerda ? onde jogadores santistas reclamaram de uma possível saída de bola ?, progredindo até a bola chegar a Nuno Moreira na direita. O português demonstrou grande acerto no cruzamento que atravessou a área e encontrou Lucas Piton livre para cabecear ao gol.

A celebração foi efusiva, refletindo o sentimento de uma vitória marcante. Como bem expressou João Almirante, em um eco da euforia coletiva:

"Atropelo histórico no Morumbis!"