Pedrinho Esclarece Política de Reforços no Vasco: Entenda a Abordagem do Presidente

Em um encontro com a imprensa realizado na sede da SAF do Vasco, na Barra da Tijuca, na última quinta-feira, 24 de julho, o presidente Pedrinho, flanqueado pelo CEO Carlos Amodeo e pelo VP Jurídico Felipe Carregal, ofereceu um panorama de sua gestão. O propósito central da coletiva era dissipar as apreensões que pairam sobre São Januário, abordando pontos cruciais da administração do Gigante da Colina.

O mandatário, que já transita por sua terceira janela de transferências desde que assumiu o comando da SAF, afastando a 777 Partners, foi direto ao comentar as expectativas sobre a chegada de novos atletas. Ele fez questão de sublinhar a natureza de suas promessas ao assumir o cargo.

Pedrinho foi incisivo ao recordar que, em momento algum, prometeu a aquisição de jogadores de elite. "Eu nunca prometi em nenhuma entrevista trazer jogador de alto nível", declarou o presidente, enfatizando que seu foco sempre esteve em "honrar os compromissos" financeiros do clube. Ele argumentou que as contratações são delineadas para se ajustarem ao orçamento disponível, priorizando a viabilidade de pagamentos parcelados e a manutenção de um fluxo de caixa saudável.

A Realidade Financeira das Aquisições do Vasco

Ao discorrer sobre os investimentos em novos talentos, o presidente reconheceu a complexidade do processo. "Eu vejo com erros e com acertos", pontuou, ao se referir ao montante de R$ 60 milhões despendidos. Ele esclareceu que a gestão dos recursos não é tão simplista quanto parece, não se tratando de um investimento integral em um único momento.

A crítica de que o valor poderia ter sido empregado na contratação de um atleta de primeira linha foi rebatida com a explicação de que as negociações devem se adequar à capacidade de pagamento do clube. Pedrinho ressaltou que, embora nos momentos de adversidade a atenção se volte para os atletas que ainda não renderam o esperado, há também casos de sucesso.

O presidente insistiu que sua abordagem não é uma justificativa, mas sim uma representação da realidade financeira. A prioridade, segundo ele, é assegurar que o clube possa cumprir suas obrigações, trazendo reforços que se encaixem nessa estrutura e permitam a "oxigenação" necessária para a sustentabilidade.

A Complexa Dinâmica da Base Cruzmaltina

Outro ponto de atrito com a torcida diz respeito à negociação de jovens talentos formados na base, cujos valores de venda são frequentemente considerados aquém do potencial. Pedrinho abordou essa questão, utilizando o meia JP, de 20 anos, como exemplo elucidativo das razões por trás dessas movimentações.

Ele explicou que, muitas vezes, jogadores da base que tiveram um bom começo mas depois viram seu desempenho cair, tanto em campo quanto nos treinos, são direcionados ao mercado para ganhar "rodagem". "Eu sou oriundo da base, gosto da base, acho que é um grande ativo, mas nós mesmos, vascaínos, às vezes não temos paciência com o próprio jogador da base e aí não tem desempenho", lamentou.

A saída desses atletas, portanto, visa não apenas proporcionar-lhes experiência em outros clubes, mas também gerar alguma receita para o Vasco . Contudo, o presidente admitiu que, devido ao atual estágio do clube, o valor de mercado desses jovens não atinge o patamar desejado para uma receita mais substancial e condizente com o que o Vasco "merece".